“Coração bondoso e dedicação à família”; quem era a enfermeira morta no RS?

Patrícia Rosa dos Santos, de 41 anos, era lembrada por seus familiares como “o coração mais bondoso do mundo”. Ela desempenhava múltiplos papéis: filha, irmã, mãe, esposa e amiga dedicada, sempre pronta a estender a mão e unir as pessoas ao seu redor. Patrícia faleceu em 22 de outubro, e a polícia investiga o caso como homicídio, apontando seu marido, médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), como principal suspeito.

Dois dias antes de sua morte, ela comemorou o aniversário do pai em um encontro familiar e prometeu acompanhar a irmã mais nova em uma consulta oncológica, já que esta enfrenta um câncer de mama. A última comunicação entre elas ocorreu na segunda-feira (21), às 20h45min, por meio de uma vídeo-chamada no grupo “as manas”.

Ela era a base de tudo. Uma pessoa que tinha amor por todos, inclusive pelo marido. Uma esposa dedicada e profissional exemplar. A gente conversava todos os dias e quase sempre estávamos juntas. Não merecia isso”, afirmou emocionada Priscila Rosa dos Santos, irmã de Patrícia.

Foi Priscila, técnica de enfermagem, quem solicitou a necropsia após a morte da irmã. Ela relata que não ficou convencida com a explicação do marido sobre o falecimento ter sido causado por um infarto. “Minha irmã se cuidava muito, praticava exercícios. Não tinha como ser um infarto. Ela teria sentido dores, sintomas, dado algum sinal. Eu sabia que tinha algo a mais e pedi à polícia a autópsia. O tempo todo, o André me dizia que ela havia morrido após comer um sorvete. Não acreditei nisso“, disse.

O médico André Lorscheitter Baptista, de 48 anos, foi preso na última terça-feira (29), acusado de envenenar sua esposa, Patrícia Rosa dos Santos, de 41 anos. De acordo com as investigações, ele teria misturado Zolpidem, um medicamento indutor do sono, ao sorvete consumido por Patrícia, fazendo-a adormecer. Em seguida, teria administrado Midazolam, um sedativo potente, por via intravenosa, o que resultou em uma parada cardiorrespiratória fatal.

Patrícia foi encontrada sem vida em seu apartamento no bairro Igara, em Canoas. Ela atuou como enfermeira no Hospital de Pronto Socorro de Canoas, Hospital Nossa Senhora das Graças, Hospital São Camilo e na Santa Casa de Misericórdia. Além disso, lecionou na Escola Profissional Unipacs, em Esteio.

Segundo relatos da família, após a morte de Patrícia, o médico manteve interações normais com eles e chegou a comemorar seu aniversário na residência de uma das irmãs dela. Em mensagens enviadas pelo WhatsApp, ele mencionou que “estava péssimo e tentando botar a cabeça no lugar”.

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