Temporais no Rio Grande do Sul: saiba como receber alertas e informações úteis de órgãos oficiais

Temporais catastróficos deixaram dezenas de mortos e desaparecidos. Cidades inteiras foram cobertos por rios que transbordaram. Mais de 30 mil pessoas foram obrigadas a sair de casa. Veja as imagens da destruição da chuva nos últimos dias no Rio Grande do Sul
Resultado de fenômenos meteorológicos que afetam a região e que foram agravados pelas mudanças climáticas, as chuvas que têm castigado o Rio Grande do Sul desde a semana passada devem persistir por mais dias. Até a última atualização desta reportagem, a catástrofe havia deixado mais de 30 mortos, 70 desaparecidos e 31,5 mil desabrigados ou desalojados.
Ao todo, 235 das 496 cidades do estado registraram problemas como inundações, quedas de barreira ou deslizamentos de terra, afetando 351,7 mil pessoas. Com pontes e estradas interditadas, moradores ficaram ilhados. Na Serra Gaúcha, comunidades foram esvaziadas após o rompimento de uma barragem.
O governador Eduardo Leite (PSDB) se referiu à tragédia como “o maior desastre climático” da história do RS e decretou estado de calamidade. Em Porto Alegre, o nível do Rio Guaíba na manhã desta sexta-feira (3) chegou a 4,5 m, maior marca desde a enchente histórica de 1941. A Defesa Civil emitiu alerta de inundação extrema.
Nesta reportagem, veja respostas às seguintes perguntas:
▶️ Como receber alertas e informações úteis de órgãos oficiais?
▶️ Que áreas do estado emitiram alertas?
▶️ Como ajudar e fazer doações?
▶️ Quando as chuvas começaram?
▶️ O que explica os fortes temporais?
Como receber alertas de órgãos oficiais?
Se precisar de ajuda, ligue para a Defesa Civil (no número 199) ou com o Corpo de Bombeiros (no número 193).
Há outras formas de receber alertas de órgãos oficiais, na maior parte dos casos fazendo um cadastro com o celular.
Defesa civil: por SMS – envie mensagem para o número 40199, com o CEP da sua área; pelo WhatsApp – cadastre o número 61 2034-4611 ou acesse o site https://wa.me/556120344611, dê um “olá” para o robô de alertas e siga os passos da tela para cadastrar as áreas de interesse ou pesquisar os alertas já vigentes; pelo Telegram – procure o contato “Defesa Civil Alertas”, dê um “olá” para o robô de alertas e siga os passos da tela para cadastrar as áreas de interesse ou pesquisar os alertas já vigentes.
Cemaden: o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) tem um Painel de Alertas; acesse o site http://www2.cemaden.gov.br/painelalertas/
Inmet: o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emite alertas por meio de seus sites e suas redes sociais; acesse o site http://portal.inmet.gov.br e os perfis @inmet_ no X (antigo Twitter) e @inmet.oficial no Instagram.
Que áreas do estado emitiram alertas?
Nesta sexta, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu alertas relativos a rios e barragens válidos por 24 horas.
Alerta para rompimento parcial da barragem 14 de Julho em Cotiporã – a orientação é que os moradores de regiões próximas ao rio nos municípios de Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e Lajeado deixem áreas de risco e procurem abrigos públicos ou outro local de segurança para permanecer durante a elevação de nível do Rio Taquari.
Alerta extremo para o Rio Caí com risco de inundação severa e tendência de elevação de São Sebastião a Montenegro – a orientação é buscar abrigo e não atravessar alagamentos a pé ou de carro
Alerta para inundação no Rio Gravataí com níveis em elevação – a orientação é buscar abrigo e não atravessar alagamentos a pé ou de carro.
Alerta para inundação no rio dos Sinos, rio em elevação a partir de Taquara – a orientação é buscar abrigo e não atravessar alagamentos a pé ou de carro.
Alerta para inundação severa do rio Ibirapuitã, que apresenta continuidade de elevação em Alegrete – a orientação é buscar abrigo e não atravessar alagamentos a pé ou de carro.
Alerta extremo de inundação severa do Rio Jacuí, com elevação a partir de Dona Francisca – a orientação é buscar abrigo e não atravessar alagamentos a pé ou de carro.
Como ajudar e fazer doações?
Clique aqui para ver a lista de organizações que apoiam as vítimas das chuvas e contribuir.
Quando as chuvas começaram?
Os temporais começaram em 26 de abril, quando o Inmet emitiu um alerta de tempestades para o Rio Grande do Sul. Naquele dia, a previsão ainda era de chuvas em algumas regiões do estado. Mas o cenário foi se agravando ao longo dos dias.
O que explica os fortes temporais?
Meteorologistas explicaram que a catástrofe é efeito da soma de três fenômenos, agravados pelas mudanças climáticas:
Cavado – uma corrente intensa de vento agindo sobre a região, que fez o tempo ficar instável.
Corredor de umidade vindo da Amazônia – que aumentou a força da chuva.
Bloqueio atmosférico – reflexo da onda de calor que deixou o centro do país seco e quente, fazendo a chuva se concentrar nos extremos do território.
Segundo especialistas, o Sul do Brasil tem condições favoráveis à ocorrência de tempestades nesta época do ano, mas calor da Terra e dos oceanos impacta a atmosfera, tornando os eventos climáticos mais intensos.

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