A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, vai conduzir o inquérito aberto a pedido do governo federal para investigar a disseminação de notícias falsas no Rio Grande do Sul

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia é a relatora do inquérito da PF (Polícia Federal) que investiga as fake news relacionadas às enchentes que castigam o Rio Grande do Sul. A escolha ocorreu por sorteio.

O inquérito está sob sigilo. A PF instaurou o procedimento na semana passada após ser acionada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que recebeu o requerimento do ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

Também na semana passada, Lewandowski afirmou que notícias falsas sobre as enchentes no Estado serão “reprimidas com toda força da Lei”.

“Isso é muito grave, realmente, porque as forças de segurança e de resgate estão sendo prejudicadas pelas fake news. É crime. Sobretudo, quando obstrui o trabalho das autoridades. Isso está sendo devidamente apurado pela Polícia Federal. Nós estamos atentos e vamos reprimir com toda força da lei essas notícias falsas que estão sendo veiculadas”, declarou.

“Precisamos primeiro investigar e depois virá a repressão. A AGU [Advocacia-Geral da União] também foi acionada para fazer o trabalho na área civil e administrativa. Todas as medidas estão sendo tomadas para a volta da normalidade no Rio Grande do Sul”, prosseguiu o ministro.

Críticas de Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quarta-feira (15), políticos que, segundo ele, disseminam fake news.

“Esse tipo de gente, mais dia, menos dia, vai ser banido da política brasileira”. As declarações foram feitas durante um evento em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, onde Lula anunciou um pacote de medidas destinadas às famílias afetadas pelas enchentes no estado.

Desde o início das enchentes no Estado, tanto influenciadores quanto parlamentares da oposição têm compartilhado notícias falsas ou distorcidas sobre a situação no Rio Grande do Sul. O governo já solicitou a intervenção da Polícia Federal para investigar esses casos.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também lamentou a disseminação de fake news em meio à tragédia e criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Antes do ato, que contou com discursos políticos, Lula visitou um abrigo e conversou com pessoas atingidas pelos alagamentos. O evento foi realizado na Unisinos. O petista anunciou um conjunto de medidas destinadas às famílias afetadas pelas enchentes. Uma dessas medidas é o programa chamado Vale Reconstrução, que oferecerá um auxílio financeiro no valor de R$ 5,1 mil por família que tenha perdido bens devido às chuvas.

“Estamos aqui para anunciar outras medidas. Essas, voltadas ao cidadão, à pessoa física […] Para as pessoas que perderam sua geladeira, seu fogão, sua televisão, seus móveis, seu colchão. Uma ajuda para essas pessoas. Será atestado pela Defesa Civil de cada município aquela poligonal, aquelas ruas onde as pessoas perderam seus objetos”, informou Rui Costa, da Casa Civil.

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