Testemunha diz à polícia que ex-esposa de homem-bomba ajudou a planejar atentado em Brasília

Em vídeo apresentado à Polícia Civil de Santa Catarina por uma testemunha, Daiane Dias, ex-exposa do autor das explosões em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana, aparece dizendo que sabia do plano do ex-companheiro e que “deveria estar lá com ele”.

Nas imagens gravadas instantes após o imóvel do suspeito pegar fogo em Rio do Sul (SC), a mulher chega a dizer que planejou o atentado junto a ele. Um imóvel que pertence a Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, pegou fogo, na manhã deste domingo (17).

De acordo com informações apuradas com a polícia militar, a ex-esposa de Francisco é suspeita de atear fogo no local. Ela foi levada a um hospital das proximidades com queimaduras de terceiro grau pelo corpo. A polícia civil foi acionada para periciar o imóvel. Técnicos utilizam drones para captar imagens que serão utilizadas na investigação da ocorrência. A Polícia Federal também atua no caso.

Daiane ficou ferida na ocorrência e chegou a ser resgatada por um vizinho, que relatou emocionado que a mulher apresentava queimaduras pelo corpo quando foi retirada da casa. Ele conta que conhecia o casal há mais de 10 anos.

“Saí correndo, não sabia nem que ela estava ali. Daí quando cheguei a porta aberta, ela estava queimando. (…) Tirei ela de dentro e pedi pelo amor de Deus para chamar um bombeiro”, diz o vizinho.

“Acordei com barulho, ela não queria sair dali. Ela não queria sair de dentro de casa” disse Fernando Souza, outro vizinho que mora de frente para o local atingido pelo incêndio.

Os relatos de resistência de Daiane para deixar o imóvel foram corroborados por uma terceira testemunha, que foi além, e diz ter presenciado a ex-companheira de “Tiu França” dizendo que faria parte do plano encabeçado por Francisco.

“Ela berrava muito pelo marido dela, que ele não podia ter ido sozinho, que o plano era dos dois”, disse à testemunha.

A ex-mulher do autor do ataque à bomba na Praça dos Três Poderes prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na manhã da última quinta-feira (14) e disse que o intuito de Francisco Wanderley Luiz era matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”, disse a testemunha a agentes do setor de inteligência da Polícia Federal.

Segundo o depoimento, o ataque foi planejado e teve pesquisas no Google em relação ao ministro. Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, de 59 anos, morreu durante as explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na última quarta-feira (13).

O homem-bomba de Brasília foi candidato a vereador pelo PL em 2020 na cidade de Rio do Sul, no interior de Santa Catarina, a 200 quilômetros de Florianópolis. Na ocasião, ele recebeu 98 votos e não conseguiu uma vaga na Câmara Municipal. Segundo declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele teria R$ 263 mil em bens. Os valores eram divididos entre motocicletas, três carros e um prédio residencial. Ele estava morando em Ceilândia, cidade satélite de Brasília. No imóvel, policiais acharam sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

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