Reinado sem coroa: nomeação de Pimenta para coordenar verbas destinadas por Lula para reconstrução do RS ofusca gestão de Eduardo Leite

O governo federal criou a Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, com o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) como seu titular, com status de ministro. Ele deixará o cargo atual de ministro da Secretaria de Comunicação Social para assumir esta nova função.

Durante seu discurso, Pimenta enfatizou a colaboração entre o governo federal, o governo do estado e as prefeituras dos municípios afetados. Ele mencionou que 75 municípios do Rio Grande do Sul solicitaram ajuda humanitária e já receberam auxílio imediato do governo federal, ultrapassando os R$ 100 milhões em repasses para garantir necessidades básicas como água, alimentos, colchões, banheiros químicos e outros recursos essenciais.

Porém, por outro lado, o governador Eduardo Leite, foi pego de supresa com a nomeação de Pimenta e sendo da oposição, aliados do mandatário gaúcho não viram com bom tom a atitude de Lula, inclusive deixaram claro que tal secretariado parece ser uma forma de “passar por cima da autonomia de Leite”.

Em entrevista à CNN, alguns tucanos falaram a respeito do acontecido. Eles temem que Pimenta use sua posição para benefício político visando a eleição de 2026.

Marconi Perillo, presidente do PSDB e ex-governador, achou estranha a criação dessa autoridade federal sem discussão prévia com Leite. Ele questionou se isso teria ocorrido se o estado fosse Bahia, Ceará ou Piauí, governados por aliados do presidente.

Perillo destacou a importância da ajuda desde que não diminua o papel do governador eleito. Ele sugeriu que a ação pode ter sido motivada pela oposição partidária a Leite e por sua potencial candidatura à presidência.

Outros membros do PSDB, como Daniel Trzeciak e Aécio Neves, também expressaram preocupação. Trzeciak destacou que Pimenta deve colaborar com o governo estadual, não atuar como interventor. Aécio Neves considerou a nomeação uma indelicadeza por não consultar o governador e uma imprudência por ser alguém com ambições políticas.

Eduardo Leite preferiu evitar polêmicas e afirmou que qualquer apoio durante a crise é bem-vindo, enfatizando a importância da união em tempos difíceis.

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