Militar preso por planejar morte de Lula recebia supersalário na Câmara

O general Mário Fernandes, preso nesta terça-feira (19/11) pela Polícia Federal (PF), ocupava uma posição de destaque na Câmara, atuando no gabinete do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro. Fernandes é investigado por envolvimento em um plano de golpe de Estado que incluía a execução do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em 2022.

Em março de 2023, Fernandes foi designado para um cargo de natureza especial no gabinete de Pazuello, com o código CNE 09, destinado a profissionais com formação superior. A posição tinha um salário de R$ 15,6 mil, sendo um dos mais altos da categoria na Câmara. Ele ocupou o cargo até março deste ano, quando foi exonerado por Pazuello. Além de Fernandes, a Operação Contragolpe da PF prendeu o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram executados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal. Os militares detidos pertencem ao grupo conhecido como “kids pretos”, um apelido para militares, ativos ou não, especializados em operações especiais do Exército, com foco em ações de sabotagem e fomento a revoltas ou “insurgência popular” que não chegam a evoluir para um conflito civil.

As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE)”, afirmou a PF.

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