Padre é indiciado em investigação sobre tentativa de golpe de Estado no Brasil

O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, em São Paulo, está entre os 37 indiciados pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. O caso envolve o planejamento dos ataques extremistas às sedes dos Três Poderes, ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Operação Tempus Veritatis

Em fevereiro de 2024, o padre foi alvo da Operação Tempus Veritatis, que cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva contra pessoas ligadas ao planejamento dos atos. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o padre integrava o núcleo jurídico do esquema, responsável pela elaboração de documentos que fundamentariam juridicamente os interesses golpistas.

A PF apurou que o religioso participou de uma reunião no Palácio do Planalto, em 19 de novembro de 2022, com outros indiciados, como Filipe Martins, ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Amauri Feres Saad. A reunião teria sido parte de tratativas envolvendo militares de alta patente sobre um possível regime de exceção constitucional.

Defesa e declarações do padre

Em nota divulgada após a operação, o padre José Eduardo negou envolvimento em qualquer ação anticonstitucional. Ele reafirmou seu compromisso com a Constituição Federal e se colocou à disposição da Justiça. “Não cooperei nem endossei qualquer ato disruptivo da Constituição. Como professor de teologia moral, sempre ensinei que a lei positiva deve ser obedecida pelos fiéis”, afirmou.

Perfil e trajetória do padre

Membro da ala conservadora da Igreja Católica, José Eduardo completou 18 anos de sacerdócio em 2024. Ele é vigário oficial da Paróquia São Domingos – o Pregador, em Osasco, e possui doutorado em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em Roma.

Conhecido nas redes sociais, o padre aborda temas como guerra cultural, aborto e influências culturais negativas. Ele critica artistas como Madonna e Luísa Sonza, analisando letras e clipes que, segundo ele, possuem simbolismos inadequados.

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