Segmento varejista projeta cenário positivo no RS em 2005

Em um ano de alta consistente nas vendas entre janeiro e setembro, o Comércio gaúcho experimenta em 2024 o seu melhor desempenho em cinco anos, se consideradas as variações do varejo (7,5%) e do varejo ampliado (7,9%) – que inclui atividades como venda de veículos e material de construção – em relação a igual período do ano passado. Os dados são da Federação Varejista do Rio Grande do Sul.

A projeção da entidade é de que a reta final do ano apresente índices ainda positivos, mas estáveis, com pequena redução no ritmo do crescimento, a exemplo do que ocorreu nos anos anteriores. O varejo ampliado deve ter variação de 6% no quarto trimestre, levando o acumulado do ano para 7,4% acima do registrado em 2023. A perspectiva é de um 2025 também positivo para o consumo no comércio gaúcho.

Desde 2020, quando o País viveu o auge da pandemia, o levantamento do varejo ampliado não apresentava variação tão positiva e, em relação ao comércio varejista, somente em 2022, com variação de 8% nos primeiros nove meses do ano, houve índice superior. A variação dos índices do comércio no Rio Grande do Sul é bastante superior à nacional: comércio varejista 4,8% e varejo ampliado 4,5%. No entanto, a base comparativa de 2023 no Estado era reduzida, com 2% de variação no Comércio Varejista e 1,1% no varejo ampliado.

Neste ano, mesmo em maio, quando o Estado foi atingido pelas enchentes, a variação em relação ao mesmo mês de 2023 foi levemente positiva, de 0,4%. No mês seguinte, já chegou a 11,5% de alta, e chegou a 13% em julho. Em relação ao Comércio Varejista, porém, os índices continuam positivos, mas com variações em redução após junho deste ano: 9,8% em julho, 7,7% em agosto e 5,8% em setembro.

Conforme a Federação Varejista, suplantar a agora elevada alta das vendas em 2025 será um dos grandes desafios do setor para confirmar o momento de consolidação deste ano. O presidente da entidade, Ivonei Pioner, ressalta:

“Considerando-se que precisamos observar também os movimentos da conjuntura político-econômica em âmbito global e nacional, que podem impactar o cenário gaúcho, os indicadores apontam que teremos um próximo ano de leve crescimento e estabilidade nos números do varejo”.

Reconstrução do Estado

Quando analisados os segmentos do comércio, o acompanhamento do Panorama do Comércio mensal aponta a consolidação, desde os primeiros meses de 2024, do consumo de produtos básicos às famílias gaúchas. Enquanto em 2023 o setor de hipermercados e supermercados apresentou alta de 2,6%, neste ano, chega a 12,5% após nove meses. Também em alta desde os primeiros levantamentos do ano, o segmento especializado em produtos sintéticos, bebidas e fumo apresenta alta de 8,4%, enquanto no ano passado teve redução de 12,5%.

A partir do movimento de reconstrução do Rio Grande do Sul após as cheias, outros segmentos passaram a crescer com consistência. São os casos dos equipamentos e materiais de escritório, que têm a maior variação positiva do ano, de 19% (em 2023, teve retração de 5,5%), dos móveis e eletrodomésticos, com variação positiva de 10,4% (havia caído 3,1% em 2023) e dos materiais de construção, com alta de 8,6% (em 2023, havia reduzido -0,1%).

Segmentos como tecidos, vestuário e calçados também avançam no consumo dos gaúchos, com variação de 4% em relação aos três primeiros trimestres do ano passado, também contrariando a redução de 8,1% de 2023. Em relação aos artigos farmacêuticos, o segmento manteve-se em alta no consumo, com variação de 11,4% em relação ao ano passado, quando também havia crescido 5,8%.

Por outro lado, o segmento de combustíveis e lubrificantes enfrenta retração de -3% nas vendas entre janeiro e setembro. No mesmo período do ano passado, havia alta de 5,6%. Já segmentos como livros, jornais, revistas e papelarias, com redução de 10,3% e de outros artigos de uso pessoal e doméstico, com -0,2%, mantêm a tendência de queda já observada em 2023 no Estado.

(Marcello Campos)

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