A tragédia do Rio Grande do Sul (por Ricardo Guedes)

A tragédia do Rio Grande do Sul é possivelmente um dos maiores desastres ecológicos com água ocorridos na história mundial, após os dilúvios possivelmente ocorridos a partir do degelo da era glacial, mencionados em diversas antigas escrituras.

O mundo está se deteriorando.

A tragédia do Rio Grande do Sul, no mesmo espaço de tempo, é acompanhada por dois outros desastres ecológicos simultâneos, o dos múltiplos tornados nos Estados Unidos em fenômeno atípico, e o da aurora boreal que atinge latitudes mais ao sul, em uma ameaça ao planeta.

Os tornados são a conjunção do encontro abrupto de frentes frias e frentes quentes, que geram o movimento giratório, cada vez mais intensos com o aquecimento global. Nesta semana passada nos Estados Unidos, o país foi atingido por cerca de 100 tornados reportados em 18 estados, fato inédito, incluindo os estados mais ao norte, com maior intensidade, como em Wisconsin.

A aurora boreal, criada pela refração dos raios solares no campo magnético da terra, mediado pela atmosfera, pode ser entendido como o limite entre o escudo terrestre e de seu desastre, que se esparrama na diminuição de suas defesas, no arbítrio apocalíptico do amanhã. A aurora boreal é circunscrita à latitude de 60 a 75 graus, tendo chegado nesta semana passada aos estados de Indiana, Ohio e Califórnia, em latitude de 40 graus. Os raios solares, uma vez mais penetrantes na terra, geram distúrbios eletrônicos nos sistemas de energia e de comunicação, com o apagão do sistema elétrico na Suécia e na África do Sul, como ocorrido neste último episódio.

O mundo sempre comemora o aumento do PIB, de US$ 97 trilhões em 2020 para US$ 101 trilhões em 2022, com má distribuição de renda e aumento da poluição. O homem tem que decidir entre produzir mais ou sobreviver, em uma equação perversa entre o desenvolvimento e a crise ambiental. Mas como isso poderia ocorrer, sem consenso social? E diante de recursos escassos, aumenta a possibilidade de guerras, com a eclosão apocalíptica da ameaça nuclear, onde tudo se desfaz de em sonhos de outrora. A destruição deverá ocorrer segundo uma curva logarítmica, que cresce significativamente em seu início, se estabilizando em seu futuro próximo, em um patamar de horror.

Estamos caminhando para a beira do abismo, onde o homem terá que decidir o seu destino.

Ricardo Guedes é formado em Física pela UFRJ e Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago

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