Ameba rara é confirmada como causa da morte de criança no Ceará

Testes laboratoriais confirmaram que a morte de uma criança de 1 ano e 3 meses no Ceará, em setembro, foi causada pela ameba Naegleria fowleri, um parasita raro que provoca meningoencefalite ao atingir o cérebro. Este é o primeiro caso confirmado no Brasil desde o início dos registros.

A criança morava em um assentamento rural em Caucaia e começou a apresentar febre, irritação e vômitos, sintomas que rapidamente evoluíram para complicações neurológicas. Após uma semana, ela não resistiu. A autópsia revelou a presença do parasita, que teria sido contraído através da água utilizada no banho doméstico.

Contaminação na água do açude

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Ceará, a água utilizada na casa da família vinha de um açude local e passava por tratamento, considerado inadequado. Testes realizados na cisterna da residência confirmaram a presença da ameba. Como medida preventiva, o reservatório foi desinfectado.

O parasita, que habita naturalmente ambientes aquáticos como rios e lagos, é especialmente adaptado a águas quentes. Ele infecta humanos ao entrar pelo nariz, geralmente durante atividades como mergulho, e alcança o cérebro pelo nervo olfativo. Não há transmissão por ingestão de água contaminada ou de pessoa para pessoa.

Histórico e letalidade

O caso cearense é o primeiro confirmado por exames no país, embora um episódio semelhante tenha sido relatado em São Paulo, em 1975. Nos Estados Unidos, cerca de 160 casos foram documentados desde os anos 1960, com uma taxa de mortalidade de quase 98%, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

A infecção é extremamente rara e frequentemente confundida com meningite bacteriana devido à semelhança dos sintomas. Atualmente, não há um tratamento específico para combater a Naegleria fowleri, o que torna a prevenção essencial, especialmente em regiões onde a água pode conter o parasita.

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