Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba: cidades da Região Metropolitana registram inundações


Cidades nos leitos dos rios Jacuí, Sinos, Gravataí e Guaíba sofrem com cheias. Voluntários e autoridades atuam para resgatar isolados. Número de mortos subiu para 55 neste sábado (4) e são investigadas outras 7 mortes. Além disso, há 74 desaparecidos e 107 pessoas feridas. Voluntários ajudam no resgate de moradores de Canoas
O sábado (4) é de mobilização em diversas cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, em razão das cheias. Há registro de inundações em municípios como Canoas, Eldorado do Sul e Guaíba. Autoridades e voluntários trabalham, com barcos e motoaquáticas para ajudar pessoas isoladas, que esperaram por resgate em cima de imóveis e de viadutos. Veja abaixo.
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Em entrevista à imprensa por volta das 18h deste sábado (4), o governador Eduardo Leite afirmou que a prioridade no momento é salvar vidas e dar dignidade para quem perdeu tudo.
“As pessoas que foram vítimas da tragédia não podem ser vítimas da desassistência”, falou.
Imagem aérea de Guaíba
Prefeitura de Guaíba/Divulgação
O ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, explicou que, na região do Vale do Taquari, os rios baixaram o nível neste sábado. E a maior preocupação agora é com a situação da Região Metropolitana.
“A informação que nós temos é que os esforços de resgate estão concentrados em Canoas e Eldorado”, disse.
Moradores tentam fugir da enchente em Canoas
O número de mortos em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 55 neste sábado (4) de acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil. São investigadas outras 7 mortes. Além disso, há 74 desaparecidos e 107 pessoas feridas.
A Defesa Civil soma 82,5 mil pessoas fora de casa, sendo 13,3 mil em abrigos e 69,2 mil desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 317 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 510,5 mil pessoas.

Canoas
Em Canoas, a prefeitura determinou a evacuação de 11 bairros. A cidade é banhada pelo Rio dos Sinos e pelo Rio Gravataí. Mais de 50 mil pessoas vivem em áreas de risco no município. O volume de chuvas foi de 301,8 milímetros – mais do que a soma das médias de abril e maio.
O Hospital de Pronto Socorro precisou ser evacuado. Os pacientes foram transferidos para o Hospital Nossa Senhora das Graças.
A enchente fez o trânsito ser completamente obstruído em vários pontos de Canoas. Muitas pessoas ficaram ilhadas e precisaram ser resgatadas de barco. Uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) abriu caminho para que os voluntários pudessem acessar a cidade.
A Avenida Guilherme Schell, uma das principais da cidade, às margens da BR-116, virou um “porto” improvisado, onde barcos eram retirados a reboque para navegar pelas ruas alagadas.
Carros estavam submersos e o lixo boiava. Os barcos passavam perto da copa das árvores e dos cabos de energia elétrica. Uma mulher esperou cerca de 30 horas para ser resgatada.
“Meus filhos tão em segurança na casa de parentes. Eu fiquei com o meu marido para erguer algumas coisas, mas não teu tempo, foi muito rápido”, diz.
A Prefeitura de Canoas pediu a doação de lanternas e outros equipamentos de iluminação para continuar com os resgates durante a noite.
Multidão se aglomera em viaduto, enquanto barcos resgatam isolados por ruas alagadas em Canoas
Duda Fortes/Agência RBS
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Eldorado do Sul
Praticamente toda a cidade de 38 mil habitantes está inundada pelo Rio Jacuí, na região do delta, onde acaba desaguando no Guaíba. Supermercados, postos de gasolina, casas e empresas estão alagadas.
A prefeitura registra, pelo menos, 600 pedidos de resgate.
Resgates em Eldorado do Sul
Guaíba
Em Guaíba, na margem oposta à de Porto Alegre, pessoas precisaram subir nos telhados a espera de resgate. Helicópteros sobrevoaram a região para resgatar quem estava nos telhados das casas.
A prefeitura recomendou que moradores dos bairros Cohab e Santa Rita busquem abrigos. As pessoas usaram botes para transitar pelas ruas, onde o nível das águas ultrapassou 2 metros de altura.
Pessoas em cima de telhados em Guaíba
Reprodução/RBS TV
Porto Alegre
Em Porto Alegre, o nível do Guaíba superou a cota de inundação, transbordando e avançando sobre ruas e avenidas – e ultrapassou os 5 metros na manhã deste sábado. Viagens foram canceladas na rodoviária da cidade e no Aeroporto Internacional Salgado Filho.
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Situação de emergência
O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.
Causas dos temporais
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.
A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.
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