Cercado de bolsonaristas durante um jantar em Brasília, o presidente do Banco Central fez uma previsão: a vida de seu sucessor no cargo será muito mais difícil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez uma previsão: a vida de seu sucessor no cargo, Gabriel Galípolo, será muito mais difícil. O comentário ocorreu em um jantar na última semana em Brasília em que estava cercado de bolsonaristas.

O argumento foi de que ele tinha, no governo Bolsonaro, o apoio da base aliada. Já o próximo chefe da autoridade monetária perderá o endosso do PT ao continuar na defesa do aumento de juros, considerado inevitável dado o cenário econômico do País e no exterior.

Procurado, Campos Neto não comentou. O evento em que o economista previu o futuro de Galípolo foi para comemorar sua posse como membro da Academia Internacional de Direito Econômico e Economia. O convescote reuniu uma lista de nomes do conservadorismo.

Do núcleo mais próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro estavam lá a ex-primeira-dama Michelle, a senadora Damares Alves, o ministro André Mendonça, do STF, e a presidente da CCJ da Câmara, Caroline de Toni, além da economista Martha Seillier, que tem um filho com o vereador Carlos Bolsonaro.

Também compareceram o ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho Ives Gandra Martins Filho, a jurista Angela Gandra e o exministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, entre outros.

Novo leilão

Em meio à disparada do dólar, que resiste no patamar de R$ 6, o Banco Central anunciou no início da noite de sexta-feira (13), um novo leilão de venda da moeda americana com compromisso de recompra, o chamado “leilão de linha”, nesta segunda-feira (16). Serão ofertados R$ 3 bilhões das 10h20 às 10h25, com recompra em 6 de março de 2025.

Na prática, trata-se de uma espécie de intervenção do BC no câmbio. A autoridade monetária injeta novos recursos no mercado quando considera que há alguma disfuncionalidade nas negociações, o que ajuda a frear a disparada de preços.

Será a terceira atuação do BC no mercado de câmbio em três dias úteis. O BC realizou um leilão de linha de US$ 4 bilhões na quinta-feira, um dia após o Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciar um aumento mais duro na taxa básica de juros, para 12,25% ao ano, e antecipar novos aumentos de um ponto nas duas próximas reuniões do colegiado.

Já na tarde de sexta, o BC fez um leilão de dólar à vista, após a moeda americana bater R$ 6,07. Foram vendidos US$ 845 milhões, por meio de nove ofertas. Depois do leilão, a moeda americana fechou cotada a R$ 6,03. (Estadão Conteúdo)

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