VÍDEO: ‘Estava só com o focinho de fora’, relata voluntário que salvou porca de inundação em Porto Alegre


Animal estava próximo ao CT do Grêmio, na Vila Arena, região que ficou totalmente alagada. Mais de 12,1 mil animais foram resgatados desde o início das cheias no Rio Grande do Sul. Porca é resgatada de enchente em Porto Alegre
Henrique Klein, um corretor de imóveis, e Ricardo Beskow, um guarda-vidas residente em Tramandaí, têm sido verdadeiros heróis nas últimas duas semanas, resgatando animais e pessoas em locais alagados pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul.
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Na terça-feira (14), eles resgataram uma porca que estava em um chiqueiro alagado. O animal foi encontrado próximo ao CT do Grêmio, na Vila Arena, na cidade de Porto Alegre, em uma área de difícil acesso, somente alcançável de barco. Segundo Henrique, “muitos animais já estavam mortos na água”.
“Ela estava só com o focinho de fora”, relata o voluntário.
Ricardo foi quem subiu no telhado do chiqueiro, retirou as telhas e encontrou a porca presa, “tentado se sustentar nas paredes”. Com a ajuda de outros voluntários, os amigos conseguiram tirar a porca do local.
“Ela tremia de frio, então a envolvemos em alumínio e cobertores para aquecê-la”, relembra Henrique.
De acordo com o corretor de imóveis, a porca estava faminta. Henrique conta que levaram o animal para um sítio no bairro Lomba do Pinheiro, na Zola Leste, e que agora a porca está bem. Os voluntários estimam que já resgataram mais de 300 animais desde o início dos resgates.
“Demos ração de cachorro para ela, pois estava morrendo de fome e era a única coisa que a gente tinha”, explica.
Porca foi resgatada por voluntários na Vila Arena
Henrique Klein/ Arquivo pessoal
Casa inundada
Henrique, que mora no bairro Humaitá, em Porto Alegre, teve a casa inundada pelas cheias do Guaíba. Agora ele está na casa do pai, em Canoas.
“Perdi praticamente tudo”, diz.
O corretor ainda tem uma academia com a esposa, localizada no mesmo bairro, que também foi alagada e, além disso, saqueada.
“A grande dificuldade é a questão da segurança em um momento desses”, desabafa.
Desde o início das cheias, 12.108 animais foram resgatados no estado, segundo balanço da Defesa Civil divulgado na manhã desta sexta-feira (17).
Os temporais mataram 154 pessoas entre o fim de abril e a primeira quinzena de maio. Conforme a Defesa Civil, 104 pessoas estão desaparecidas. São 617 mil pessoas fora de casa. Deste total, 540,1 mil estão desalojados (em casas de amigos ou parentes) e 77,2 mil foram acolhidos em abrigos.
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