Chanceler da Alemanha perde voto de confiança, e país deve ter nova eleição

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, perdeu nesta segunda-feira (16) o voto de confiança do Parlamento de seu país. O resultado, já esperado, abre caminho para as eleições alemãs, que foram antecipadas para fevereiro por conta da ruptura do governo de Scholz.

O voto de confiança é feito quando parlamentares sentem a necessidade de reavaliar o governo, no caso de países parlamentaristas ou semiparlamentaristas. Com a aprovação, caberá ao presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, decidir se dissolve a Câmara dos deputados, chamada de Bundestag, que tem 736 assentos.

Contexto: A Alemanha mergulhou em uma grave crise política em novembro, após Scholz demitir o ministro das Finanças por um desacordo sobre a política econômica do país. Com a demissão, o partido do chanceler perdeu maioria no Parlamento, o que compromete a capacidade de governar.

A Alemanha não vota uma moção de confiança desde 2005, quando o então chanceler Gerhard Schröder convocou e perdeu um, como parte de uma estratégia para antecipar eleições, que foram vencidas por uma margem estreita pela desafiante de centro-direita Angela Merkel.

As pesquisas mostram que o partido de Scholz, os Social-Democratas, que ocupam 207 assentos no Bundestag, está atrás do bloco de centro-direita da União, liderado pelo opositor Friedrich Merz. O vice-chanceler Robert Habeck, cujos Verdes estão ainda mais atrás nas pesquisas, também está concorrendo ao cargo de chanceler.

A Alternativa para a Alemanha, partido de extrema-direita que está com boa colocação nas pesquisas, nomeou Alice Weidel como sua candidata a chanceler, mas não tem chances de assumir o cargo, pois os outros partidos se recusam a trabalhar com ela.

Crise política

A Alemanha embarcou em novembro em uma grave crise política, quando Scholz demitiu seu ministro das Finanças. O político liberal foi destituído do cargo após discordâncias sobre a política econômica.

O governo de Olaf Scholz é composto por uma coalizão entre social-democratas, ecologistas e liberais. Após a demissão, os outros ministros liberais do governo anunciaram renúncia, deixando o gabinete de Scholz sem maioria no Parlamento Federal.

“Precisamos de um governo capaz de agir e que tenha força para tomar as decisões necessárias para o nosso país”, argumentou Scholz em discurso após demitir seu ministro das Finanças, defensor de uma rigorosa austeridade orçamentária.

O presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, já havia dito que poderia convocar eleições antecipadas — na Alemanha, que tem regime parlamentar, o chanceler é o chefe de governo, e o presidente tem funções protocolares.

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