Facção envolvida em morte de detento na Pecan 3 é alvo de operação policial

Na manhã desta terça-feira (17), a Polícia Civil realizou uma operação para desarticular uma facção criminosa ligada à morte de um detento na Penitenciária Estadual de Canoas 3 (Pecan 3). A ofensiva, denominada Operação Visitatio Fatalis, teve como foco um núcleo do grupo que atua nos municípios de Gravataí, Cachoeirinha e Canoas, na Região Metropolitana.

Ao todo, foram cumpridas 17 ordens judiciais, incluindo 15 mandados de busca e apreensão e duas prisões preventivas. Durante a operação, quatro suspeitos foram detidos, dois deles em flagrante em Cachoeirinha. A investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios de Gravataí aponta que o grupo estaria envolvido em homicídios motivados pela expansão territorial no tráfico de drogas e pela cobrança de dívidas.

Detalhes dos crimes investigados

Um dos homicídios ocorreu no dia 8 de janeiro, no bairro Bom Sucesso, em Gravataí. Criminosos se passaram por policiais e questionaram a vítima sobre suposta telentrega de drogas, antes de executá-la com 20 tiros. Outro caso ocorreu em agosto, também em Gravataí, quando um homem foi morto com cerca de 30 disparos. Após o crime, os suspeitos gritaram o nome da facção.

Os assassinatos investigados estão ligados ao mesmo grupo responsável pela morte de Jackson Peixoto Rodrigues, conhecido como Nego Jackson, dentro da Pecan 3. Ele foi morto a tiros de pistola no dia 23 de novembro, em um ataque que teria sido facilitado pelo uso de um drone para introduzir a arma na prisão.

Dois detentos, identificados como Rafael Telles da Silva, o Sapo, e Luis Felipe de Jesus Brum, foram presos e são apontados como autores do crime. Ambos pertencem à facção rival ao grupo liderado por Nego Jackson. A disputa por território e controle do tráfico de drogas seria o principal motivo do assassinato.

Estratégia e novas investigações

A ofensiva policial é uma resposta direta ao aumento dos homicídios associados ao crime organizado na região. Segundo o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a operação busca enfraquecer a estrutura da facção, incluindo líderes e executores.

Além disso, um inquérito paralelo investiga o envolvimento do grupo em lavagem de dinheiro, utilizado para ocultar os lucros ilícitos do tráfico. Entre os alvos dessa apuração está Rafael Telles, o Sapo, apontado como um dos líderes da organização criminosa.

Outras operações recentes

  • Operação Queda Livre (29 de novembro): Prendeu 11 pessoas envolvidas em homicídios na Região Metropolitana e apreendeu controles de drones usados pelo grupo criminoso.
  • Ofensiva contra o tráfico (12 de dezembro): Nove pessoas foram presas em ação contra a facção liderada por Nego Jackson e Dezimar de Moura Camargo, o Tita, ambos assassinados em novembro.

A Polícia Civil segue com ações intensificadas para desarticular o grupo e coibir a escalada de violência relacionada ao tráfico de drogas.

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