O alerta no governo acendeu após pesquisa Datafolha apontar que Lula se equipara a Bolsonaro em avaliação negativa de sua gestão

O alerta no Planalto acendeu após pesquisa Datafolha apontar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se equipara ao ex-presidente Jair Bolsonaro em avaliação negativa de sua gestão. O sinal amarelo coloca ainda mais pressão na estratégia governista para a segunda metade do mandato e serão adotadas duas frentes de reação.

Primeiro, correr par afazer as mudanças necessárias na comunicação do governo. Em segundo lugar, aumentara combatividade das bancadas no Congresso, principalmente no plenário da Câmara dos Deputados.

O levantamento mostrou que o governo Lula é aprovado por 35% dos brasileiros e reprovado por 34%. Bolsonaro tinha 37% e 32%, respectivamente. Ou seja, oresultado é um empate na margem de erro da pesquisa, de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

“Bolsonaro, enfrentando a maior pandemia do século, tinha mais aprovação e menos rejeição que Lula”, escreveu nas redes sociais Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social na gestão anterior.

No PT, o foco será em multiplicar os discursos inflamados em defesa do governo, ainda mais depois do impopular corte de gastos, e alimentar a polarização com o bolsonarismo, para ressaltar contraste entre os dois governos.

Anistia

A pesquisa Datafolha mostra também que 62% dos brasileiros rejeitam uma eventual anistia aos participantes dos atos do 8 de Janeiro. Outros 33% se dizem a favor, 5% não sabem e 1% se mostraram indiferentes.

Na pesquisa anterior do instituto, realizada em março, 63% eram contra a anistia, enquanto 33% apoiavam a medida. Indiferentes somavam 2% e outros 4% não souberam responder. Considerando a margem de erro, o levantamento divulgado nesta quarta mostra uma estagnação da opinião dos brasileiros acerca do tema.

De acordo com o Datafolha, o apoio à anistia é maior entre homens (37%), enquanto 59% do grupo são contra. As mulheres que defendem a medida somam 29%, enquanto 64% defendem uma punição aos golpistas.

Os grupos que mais defendem a anistia são os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 (45%), os assalariados sem registro (38%), os empresários (37%) e os evangélicos (37%).

Por outro lado, os que mais rejeitam a extinção das punições aos golpistas são os que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 (72%), os funcionários públicos (68%), os estudantes (68%) e os desempregados (67%).

A anistia é um dos temas cruciais dos políticos bolsonaristas para o ano de 2025. Além de extinguir as penas dos participantes da tentativa de golpe, eles pretendem encontrar uma alternativa que permita a participação de Bolsonaro na eleição presidencial de 2026. O ex-presidente está inelegível até 2030 após julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizado em junho.

No mês passado, Bolsonaro fez um apelo a Lula e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, exigindo que eles aceitem uma anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. Para o ex-presidente, a medida é essencial para “pacificar” o País. (Estadão Conteúdo)

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.