Acidente aéreo em Gramado: antes de atingir loja de móveis, bimotor colidiu com chaminé de prédio e o segundo andar de uma casa

Antes de cair próximo a trecho de rodovia entre os municípios de Gramado e Canela (Serra Gaúcha), às 9h17min desse domingo (22), o avião bimotor do empresário Luiz Claudio Galeazzi atingiu a chaminé de um prédio residencial, o segundo andar de uma casa e, por fim, uma loja de móveis que estava vazia. Destroços também atingiram uma hospedaria. A informação é da Defesa Civil Estadual.

O acidente causou ao menos dez mortes, número que abrange todos os ocupantes da aeronave. Outras 17 pessoas  em solo ficaram feridas, incluindo duas em estado grave e que foram transferidas para hospitais de Porto Alegre.

Embora a ocorrência de feridos tenha sido confirmada, a maioria dos que necessitaram de atendimento em hospitais locais sofreu intoxicação pela fumaça decorrente da explosão seguida de incêndio no que restou do avião. A aeronave havia decolado do Aeroporto de Canela cerca de 3 minutos antes, sob forte neblina, com destino ao Interior paulista. Tudo indica, portanto, que o tanque de combustível estivesse cheio no momento do impacto.

Para quem não está familiarizado à geografia da região, a área onde ocorreu o acidente se localiza nas imediações da Avenida das Hortênsias. Trata-se da denominação do trecho da rodovia estadual RS-235 que liga Gramado a Canela,  cidades que estão entre os principais destinos turísticos do País.

De acordo com informações da prefeitura de Gramado e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o turbo-hélice Piper Aircraft modelo Cheyenne 400 que despencou tinha 34 anos de funcionamento e estava no Aeroporto de Canela desde a sexta-feira (20), procedente de Jundiaí (SP) – justamente o destino do voo desse domingo.

O Corpo de Bombeiros Militar (CBM) foi acionado para controlar as chamas no local da queda, que foi isolado pela Brigada Miliar (BM). Integrantes de forças de segurança atuaram no trabalho de rescaldo e busca por possíveis vítimas do acidente. Enquanto a Avenida das Hortênsias permaneceu bloqueada (até o início da tarde), os condutores tiveram que utilizar a Estrada do Caracol se deslocar entre Gramado e Canela.

A zona da tragédia tem entre suas principais características a forte presença estabelecimentos hoteleiros e de atividades afins. Vale lembrar que o já intenso fluxo turístico se intensifica na região durante esta época do ano, devido a eventos concorridos como o “Natal Luz”.

O caso está a cargo da Polícia Civil e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), cuja unidade estadual está sediada em Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre). Dentre os focos da investigação estão as causas da tragédia, que repercutiu nacionalmente.

Vítimas

A aeronave era pilotada por seu proprietário, o empresário paulista Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, de 61 anos e dono do escritório Galeazzi & Associados, especializado em gestão de crise e restruturação de empresas. Além dele, morreram sua esposa, a sogra, as três filhas adolescentes do casal, mais uma irmã, o marido dela (também executivo da empresa) e duas crianças.

O trabalho de retirada dos corpos foi iniciado pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) por volta das 18h. Devido às características do acidente (impacto seguido de incêndio), serão submetidos a análise de DNA para confirmação de suas identidades. Ainda não há informações sobre liberação, translado para São Paulo e sepultamento.

Informações preliminares indicam que o grupo, morador de São Paulo, estava em Gramado para o tradicional “Natal Luz”. A programação do evento – que prossegue até 19 de janeiro – foi canceladas até o final do dia.

(Marcello Campos)

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