Sonda que fez maior aproximação do Sol emite primeiro sinal à Terra e está “funcionando normalmente”

Após se tornar o equipamento espacial a voar mais perto do Sol, a sonda solar Parker emitiu o primeiro sinal de volta à Terra nessa sexta-feira (27). As informações foram divulgadas pela agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) em um boletim sobre a missão.

No texto, a organização afirma que a equipe do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (JHUAPL) recebeu a confirmação que sonda está “segura e funcionando normalmente”. Agora, espera-se que a espaçonave envie dados detalhados sobre o status da missão em 1º de janeiro.

A partir dos dados enviados por Parker, os cientistas americanos poderão estudar com mais detalhes as particularidades da estrela mais próxima da Terra e os efeitos dela sobre a matéria orgânica.

“Esse estudo próximo do Sol permite que a Parker faça medições que ajudam os cientistas a entender melhor como o material nessa região é aquecido a milhões de graus, rastrear a origem do vento solar (um fluxo contínuo de material que escapa do Sol) e descobrir como partículas energéticas são aceleradas a velocidades próximas à da luz”, explicou a agência.

A rota da Parker em torno do Sol foi desafiadora e extensa. Ela voou cerca de 690 mil quilômetros por hora, rápido o suficiente para voar de Washington, capital dos Estados Unidos, a Tóquio, no Japão, em menos de um minuto.

Em um comunicado publicado em 20 de dezembro, o cientista Arik Posner classificou a missão da sonda como “uma das mais ousadas da Nasa”. O equipamento foi lançado ao espaço em agosto de 2018, levando cerca de seis anos para atingir o ponto mais próximo do Sol.

Segundo a Nasa, a sonda esteve 6,1 milhões de km de distância da superfície solar, que mede, aproximadamente, 5.000°C. Para suportar tamanha temperatura, os instrumentos internos da Parker foram instalados para estarem cerca de 29°C o tempo todo.

Qual o futuro da sonda Parker?

Após o sucesso da missão de 24 de dezembro, a sonda Parker continuará “visitando” o sol até, pelo menos, junho de 2025. Segundo a revista britânica Sky At Night, essa última missão da espaçonave é chamada de Perihelion 24, e contará com os mesmos objetivos de explorar e catalogar a estrela.

No entanto, o caminho da sonda solar não é o retorno para casa. A publicação afirma que o equipamento não será capaz de realizar outra assistência gravitacional para ajustar a própria órbita, devido a um dano na estrutura que sofreu enquanto sobrevoava Júpiter.

Com o passar do tempo, Parker vai ficar com a estrutura externa danificada e sem combustível nos propulsores. A revista aponta que o destino mais provável para a sonda é o de destruição pela exposição à radiação solar.

Contudo, segundo o folhetim, uma parte do equipamento irá sobreviver, pois é provável que o escudo térmico da Parker, feito de carbono, permaneça intacto e continue a orbitar o Sol por, potencialmente, milhões de anos.

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