Dia Mundial da Leitura: o legado que resiste à era digital

Nesta terça-feira, 7 de janeiro, comemoramos o Dia Mundial da Leitura. Nunca fez tanto sentido celebrar essa data como nos dias de hoje, em meio à transformação digital que impacta a maneira como nos comunicamos e nos relacionamos com o conhecimento.

Será que o legado da leitura está perdendo força? A revolução digital, com suas novas formas de interação, parece, de fato, trazer consigo uma certa resistência às longas narrativas. O português culto, por exemplo, vai cedendo espaço ao uso de emojis e abreviações, símbolos que dominam as conversas instantâneas nas redes sociais. Há quem diga que a comunicação está se tornando cada vez mais fragmentada, mais rasa, e que isso afeta, de alguma forma, o desenvolvimento de habilidades essenciais para a formação de caráter e senso crítico.

É verdade que estamos vivendo uma era de mudanças rápidas, em que a atenção do leitor é constantemente disputada por mensagens curtas e imagens que capturam rapidamente o olhar. No entanto, é preciso refletir: a leitura não se resume apenas aos livros impressos ou aos clássicos da literatura. Há uma infinidade de textos que podem nos levar a uma reflexão profunda, sejam em blogs, redes sociais, ou até mesmo nas legendas de fotos e vídeos.

A questão não está apenas em “o que” lemos, mas “como” lemos. A capacidade de fazer conexões, entender contextos e interpretar informações com discernimento continua sendo uma habilidade crucial, independentemente do meio utilizado. Os emojis, por exemplo, podem ser vistos não apenas como uma perda de conteúdo, mas como uma nova linguagem que, se usada com cuidado, pode até enriquecer a comunicação.

A chave está em não perdermos a essência da leitura: a curiosidade, o prazer de entender o mundo de diferentes perspectivas e o exercício de pensar criticamente sobre ele. O Dia Mundial da Leitura nos convida a refletir sobre isso, a reconhecer que, embora o formato e as ferramentas estejam mudando, a necessidade de ler – de interpretar o mundo ao nosso redor – continua viva, como um farol a guiar nossas escolhas e ações.

E, então, que tal aproveitar o dia de hoje para redescobrir a magia das palavras, seja em um livro, um artigo ou mesmo nas mensagens do cotidiano? Afinal, o que importa não é o suporte, mas o poder de transformar o ato de ler em uma ponte para um futuro mais consciente e conectado.

* Andrea Cantelli é estudante de jornalismo.

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato. 

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