Correios

O Correio brasileiro completará este ano 362 anos de vida. Ao longo do tempo sempre foi bem avaliado pela população – em certos momentos como exemplar, motivo de orgulho nacional.

Nos primeiros anos deste século, sob a direção dos governos do PT, foi perdendo terreno e prestígio, como resultado de más administrações, do aparelhamento partidário, e das mudanças tecnológicas, as quais, por desleixo e incompetência, não foi capaz de acompanhar.

Aparelhado, empregados e funcionários, certos de que não tinham nada a perder, promoviam greves como uma espécie de rotina obrigatória de suas atividades: chegavam a durar um mês, levando os usuários dos serviços à loucura, pelo atraso nos serviços confiadas à estatal, na entrega de correspondências e mercadorias.

Nessas greves, milhões de cidadãos brasileiros e agentes econômicos, recebiam boletos bancários com atraso, e depois teriam de pagá-los nas agências bancárias com o acréscimo da multa assinalada. Isto é, devedores pagavam uma multa de atraso que não tinham causado. Essa situação bizarra se repetia ano após ano.

É lícito supor que, somada a outras causas, foi uma das marcas do declínio das administrações petistas em todo o Brasil. O PT, sempre voltado mais para os direitos dos funcionários do que para a população, nas estatais e nos serviços públicos, nunca fez o cálculo do estrago político provocado nos eventos grevistas. É um componente talvez insuperável do antipetismo, que se alastrava pelos milhões de prejudicados em todo o território nacional.

(A mesma coisa acontecia nas vezes incontáveis em que “movimentos sociais”, em geral franjas do petismo, os sindicatos atrelados ao PT, paralisavam o trânsito de cidades inteiras em dias de trabalho para suas manifestações e protestos).

As greves seguidas, quase previsíveis, ano a ano, implodiram o prestígio dos Correios : de instituição antes reconhecida pela eficiência, simpática à população, se transformou em exemplo de ineficiência e de maus serviços.

No ínterim, prosperavam em alta velocidade as novas formas de comunicação, mais rápidas e eficientes, como a internet e o whatsapp. Os Correios, mal administrados, mal chegaram a perceber. Ninguém das várias diretorias conseguiu sequer vislumbrar o alcance das novas tecnologias e o impacto que causariam nas atividades da estatal. Ninguém viu o potencial dos Correios , com sua capilaridade e vasta rede nacional de agências poderia representar para largar na frente. Na nova realidade os Correios se tornaram praticamente carta fora do baralho.

Como no mundo dos negócios não existe espaço vazio, empresas de logística logo tomaram conta de larga fatia do mercado.. Sem contar que as grandes empresas de comércio on-line, de vendas pela internet, preferiram montar seus sistemas próprios de distribuição, para não depender da oferta de serviços instáveis e precários e das greves comuns na estatal.

Hoje em dia, os Correios se arrastam em um esforço de superar a defasagem, mas é pouco provável que, sob Lula, com as mesmas crenças, os mesmos métodos de gestão, as mesmas idiossincrasias, consigam recuperar o terreno perdido.

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