Theatro Sete de Abril não tem previsão de reabertura em Pelotas (RS)

O Theatro Sete de Abril, um dos mais antigos e simbólicos do Brasil, localizado em Pelotas (RS), segue fechado e sem previsão de reabertura após 14 anos de obras inacabadas. Em coletiva de imprensa, o prefeito Fernando Marroni (PT) e a secretária de Cultura, Carmen Vera Roig, apresentaram o panorama atual da reforma. Segundo eles, ainda há muito a ser feito para a conclusão do processo de manutenção e, apesar da obra ser uma prioridade do governo, é pouco provável que ela seja entregue ainda este ano.

“O sentimento do governo é um sentimento de decepção e de tristeza”, declarou o prefeito ao ser questionado sobre a atual situação do espaço. Apesar das promessas do governo anterior de que a obra seria entregue até novembro, Marroni afirmou que o objetivo é fazer com que o teatro volte a funcionar ainda este ano e que o governo irá agir para isso. “A nossa determinação e a nossa vontade é de acelerar todos os processos o quanto antes para entregar o teatro à cidadania pelotense”, destacou.

Questionada sobre a previsão de retomada do Sete de Abril, Carmen afirmou que não há qualquer tipo de previsão. “Evitamos colocar qualquer previsão para não criar expectativas. São muitas ações que temos que fazer ao mesmo tempo, porque a obra não foi finalizada. [Ela] parou e agora tem que ser concluída. Não foram feitas todas as etapas, então nós temos que achar recurso para sonorização, climatização e, principalmente, a parte elétrica”, explica.

Na ocasião, a secretária também apresentou um panorama das obras em andamento. Segundo ela, o teatro enfrenta desafios técnicos significativos, como a necessidade de completar a instalação elétrica, cuja licitação foi realizada em 2018 e permanece inacabada. “É a questão que mais nos preocupa”, conta Carmen. Além disso, ela revela que recursos adicionais serão indispensáveis para climatização e sonorização do espaço, requisitos essenciais para a aprovação do Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI).

Segundo o prefeito Marroni, a reabertura do teatro está no topo da agenda municipal. Ele destacou a necessidade de captar cerca de R$ 5 milhões para finalizar a obra, além dos recursos que já estão garantidos para a caixa cênica e a acessibilidade.

“O plano é prioridade absoluta. Imediatamente retomaremos os projetos e a captação dos recursos, sem nenhuma parada administrativa. Dependemos, sim, dos processos licitatórios que muitas vezes atrasam. Mas, por parte da prefeitura, é prioridade absoluta”, afirmou.

O mobiliário, tanto dos camarotes quanto da plateia, já foi adquirido e está previsto para chegar até março. No entanto, sua instalação só será realizada após a conclusão da limpeza do forro. De acordo com a secretária, a licitação para a caixa cênica encontra-se atualmente na quarta empresa, e há a possibilidade de que o processo seja reiniciado por meio de um novo edital, caso isso se mostre mais viável.

Higienização da casa

A diretora de Memória e Patrimônio da Secult, arquiteta Simone Delanoy, informou que está em andamento um diagnóstico das patologias estruturais do prédio. Durante o encontro, ela destacou a necessidade de realizar a troca de telhas, a limpeza de calhas entupidas, além de intervenções nos forros e no madeiramento interno, que apresentam uma grande quantidade de mofo devido ao longo período em que portas e janelas permaneceram fechadas. Também está prevista uma ação de limpeza geral, já que o prédio encontra-se bastante sujo.

Novo modelo de gestão

Em novembro do ano passado, Fernando Marroni, ao anunciar as primeiras secretarias do novo governo, também anunciou que algumas assessorias especiais com caráter de secretaria seriam incorporadas a outras pastas. Esse foi o caso da diretoria do Theatro Sete de Abril, que agora passa a ser responsabilidade da Secretaria de Cultura, com a aprovação da reforma administrativa proposta pelo governo petista.

Até o momento, não havia um modelo de gestão estruturado para o teatro. Segundo a secretária Carmen, a pasta começará a construir esse novo modelo, que deverá considerar o aumento de demandas que essa incorporação trará. Anteriormente, um assessor especial da ex-prefeita era responsável pelo teatro, mas essa assessoria foi extinta. Agora, todas as responsabilidades relacionadas ao teatro serão integradas à Secretaria de Cultura.


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