Artistas que realizaram a pintura do mural do DAER defendem preservação do projeto

A pintura dos artistas plásticos Mona Caron e Mauro Neri, inaugurada em 2022, que já virou referência para a cidade de Porto Alegre, está em risco de ser apagada devido a reforma no prédio do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER). Em nota enviada ao Brasil de Fato RS, os realizadores do projeto defendem a preservação da obra e explicam que o processo de produção do mural garante que existem alternativas para que ele não seja removido.

A dupla criadora do mural afirma que em nível físico e técnico, essa lateral do prédio ainda tem condições de permanecer por bastante tempo. E que a expectativa dos profissionais é de que a reforma do prédio não seja feita antes do necessário e que, sendo realizada, seja considerada a permanência e/ou o restauro da obra, já que é possível. 

”Não é para nós artistas argumentarmos a importância da nossa própria obra, mas podemos falar do esforço que fizemos para deixar uma obra relevante e duradoura, seja conceitualmente ou fisicamente”, comenta Mona.

Durante todo o trabalho, os profissionais relataram que apenas uma pequena parte da parede necessitou atenção, onde foi realizada uma reforma pontual de impermeabilização com tinta. “De qualquer modo, em vez de remover todas as pastilhas, talvez só as que faltam poderiam ser substituídas, restaurando depois aquele pedacinho de mural”, comenta Mauro.

“Essa obra não foi concebida como obra de street art, que tem conotação de expectativa efêmera, foi feita com os cuidados devidos para a arte pública, com a esperança da obra permanecer pela duração da vida da imagem. Escolhemos, em consulta com o pessoal técnico do DAER e da empresa de tintas, um produto forte e duradouro, que foi testado no local pelo próprio expert”, complementa Mona.

Segundo os artistas, a obra envolveu diretamente, e com intensidade bem incomum, várias comunidades locais. Entre elas, a Ilha da Pintada, que foi atingida catastroficamente pela enchente de maio. “Esperamos que continue presente no coração da cidade por meio da preservação desse mural”, pedem Mona e Mauro.

“Nosso papel como artistas foi de comunicar valores além da pintura em si. Fizemos isso com a combinação daquela imagem simbólica com o entorno, sítio de justiça oficial, criando um conjunto que ressoou visivelmente em vários momentos, inclusive durante um inesquecível evento de inauguração que se tornou marcha para a justiça e festa popular. Com ajuda de alguns textos e vídeos que temos publicado no Instagram, a mensagem se espalhou além do espaço físico. Portanto, o poder simbólico do mural Abre Caminhos é bastante conhecido, e tem sua importância em celebrar uma meta melhor e maior pela sociedade e o meio ambiente, no convívio duradouro com a obra”, explicam.

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Guilherme Mansson (@guimansson)


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