Entre 4,8 milhões de imigrantes ilegais, 230 mil brasileiros vivem clandestinamente nos EUA

Brasileiros que estão nos Estados Unidos de forma ilegal já migram dentro do país na esperança de que em alguns estados seja mais fácil regularizar a situação. Outros, legalizados, adiam planos de pedir visto ou fazer a renovação. O clima de tensão é grande após a posse do presidente Donald Trump, que prometeu que começaria as deportações em massa “muito rapidamente”. Dos 4,8 milhões de imigrantes, cerca de 230 mil brasileiros vivem de forma ilegal no país.

A brasileira Glendha Leal, que trabalha com eventos, mora há dois anos na Geórgia e tem green card. Mas, ela conhece brasileiros ilegais que já mudaram a vida desde a vitória do novo presidente.

“Eu tenho uma amiga que mudou com a família pra Boston justamente pela questão de já tentar se legalizar porque lá as leis são mais favoráveis para legalização do que aqui na Geórgia. Ela mudou para lá com a família inteira para tentar se legalizar porque o namorado dela se enquadrava em um dos critérios pra conseguir o green card em Massachusett. Mas é um clima tenso porque a grande maioria dos brasileiros que eu conheço aqui está de forma ilegal”, conta.

Já a bacharel em Turismo, Natalia Catela, também está nos Estados Unidos há dois anos e tem visto de estudante. Ela conta que deve adiar o plano de mestrado, já que deve ficar mais difícil conseguir visto.

“Qualquer troca de visto, mesmo que seja para um mestrado, eu tenho medo por enquanto. Eu vou esperar um pouco para procurar o meu mestrado, porque eu não sei se pode ser negado, se não pode ser negado, então é melhor evitar. Até quem está para vir para os Estados Unidos como turista, é melhor evitar por enquanto”, afirma.
Ela ainda conta que, entre brasileiros, a avaliação é que ações mais rigorosas sejam adotadas agora no início do mandato, mas que depois o clima fique um pouco mais tranquilo.

Os consulados do Brasil nos Estados Unidos estão acompanhando de perto a possibilidade de deportação dos brasileiros ilegais no país. Fontes do Itamaraty dizem que por enquanto estão monitorando a situação.

Há um temor da diplomacia brasileira de que se repitam as cenas de separação de famílias. No primeiro mandato de Trump, ações contra imigração ilegal chegaram a separar crianças dos pais.

Por enquanto, não se sabe como deve ocorrer a deportação, nem quando esse plano de fato será colocado em prática. O governo brasileiro deve entrar em ação quando tiver algo mais concreto. Na semana passada, num encontro no México, diplomatas brasileiros e de outros países se mostraram preocupados com as consequências da deportação em massa. As informações são do portal de notícias CBN.

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