Câmara torrou 466 milhões de reais durante recesso

Sem que os deputados precisassem bater um prego no sabão em janeiro, a Câmara seguiu firme com a gastança, tudo bancado por nós, pagadores de impostos. Só em janeiro, mês de recesso, a Casa gastou quase meio bilhão de reais, R$466,28 milhões, para “funcionar”. Cerca de 6,42% do orçamento para 2025. Deste bolo, R$287,6 mil foram gastos com “auxílio-moradia” para suas excelências em férias. Exatos R$4,1 milhões foram gastos para ressarcir “despesas” variadas dos deputados.

Missão férias
Dois deputados se mandaram em “viagens em missão oficial”. Foram dois belos destinos: Espanha e Arábia Saudita. O preço, R$32,3 mil.

Do bom e do melhor
Entre os dias 14 e 16, Danilo Forte (União-CE) foi a um evento em Riade. Vermelho (PL-PR) passou seis dias em uma feira de turismo em Madri.

Mordomia garantida
A maior parte do gasto é com salários. Mas há muitas mordomias, como os R$1,8 milhão em segurança privada para os parlamentares.

Ano novo, casa nova
Reformas e mimos, como troca de armários dos belíssimos imóveis funcionais, também entraram na fatura de janeiro: mais de R$1,3 milhão.

Nada é tão ruim que não possa piorar: Gleisi vem aí
Lula (PT) terá de apressar sua reforma tributária para uma “sintonia fina” com a nova situação de poder na Câmara e no Senado, mas principalmente porque as pesquisas indicam seu acentuado declínio. Ele não pode errar nessa reforma, até porque cresce em flecha a reprovação de Lula entre os próprios eleitores e os nordestinos, mas a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria Geral do Planalto faz lembrar uma das mais famosas Leis de Murphy: “Nada é tão ruim que não possa piorar.”

Agressividade tóxica
Ela se alimenta da própria capacidade de gerar antipatias e cizânias. Os desafetos no partido já celebram sua saída da presidência do PT.

A cara de um…
Gleisi agrada a Lula porque, como ele, é capaz de contar lorotas em série sem perder o rebolado, nem mesmo quando desmascarados.

Fim inevitável
Conhecida pelas crises que provocou com aliados, Gleisi lembra outra lei de Murphy: “Tudo o que começa mal, termina ainda pior”.

Escola de poder
O presidente da Câmara, Hugo Motta, encantou-se com Eduardo Cunha, antigo presidente. “Ele nos devolveu a dignidade”, disse certa vez a esta coluna, apontando o broche dourado que voltara a ser exibido na lapela de deputados que antes o metiam no bolso para não serem identificados.

Passaralho na Secom
Janeiro fechou em clima de tensão na Secom. Circulou entre os comissionados que os cargos só estavam garantidos até fevereiro em razão de acordo entre Sidônio Palmeira e Paulo Pimenta. Depois, rua.

Rombo ‘invisível’
Uma das lorotas de Lula, na “coletiva” do dia 30, foi negar rombo fiscal. Como anda esquecido, mas não é doido, sabe que já no primeiro ano do governo atual o rombo fiscal somou R$228,5 bilhões. Sem pandemia.

Rui desconversa
Rui Costa (Casa Civil) tenta dissipar versão de que anda se cacifando para disputar a Presidência da República em eventual desistência de Lula. A quem pergunta, o ministro reforça que vai disputar o Senado.

Melou
O Planalto já se prepara para uma relação menos amistosa com o Senado sob presidência de Davi Alcolumbre (União-AP). O partido do senador deve ter candidato próprio ao Planalto em 2026.

Brasil é fria
O Brasil é 79º colocado na lista Trading Economics dos “sovereign ratings”, as notas atribuídas pelas grandes agências de risco às nações soberanas. É mais seguro investir no Cazaquistão, Sérvia e até Grécia.

Visão estrangeira
O site especializado Trading Economics põe o Brasil em 79º de 158 países na lista das notas de agências de risco, como Moody’s e Standard & Poor’s. Mas no Índice da Corrupção é o 105º entre 180 nações.

Gente cansativa
O retorno de Neymar fez ressurgir a babaquice, na mídia, de que seria “injusto” o nosso maior craque ganhar tanto dinheiro. Neymar merece cada centavo, garante retorno ao investimento (privado). Injusto é dinheiro público pagando salários de R$46,3 mil a certas autoridades.

Pensando bem…
…rombo não é rombo, é picanha não-realizada.

Poder sem Pudor

Comigo, não, violão
O argentino Felipe Belisário Wermus, então marido da prefeita Marta Suplicy, que se apresenta como “Luís Favre” e tinha fama de conquistador, estava ao lado de Lula no dia de sua vitória para a presidência. Eram amigos. Wermus estava eufórico: “Agora não sei se vou ficar em São Paulo ou vou para Brasília!” Lula reagiu com ironia, despachando a figura: “Eu já sou casado, meu caro…”

Cláudio Humberto

@diariodopoder

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