Suspeita de envenenar bolo com arsênio em Torres permanece em silêncio em novo depoimento

A principal suspeita de envenenar a própria família com arsênio, Deise Moura dos Anjos, optou por permanecer em silêncio ao prestar depoimento nessa terça-feira (4) na delegacia de polícia de Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A mulher, investigada pela morte de quatro pessoas e pela tentativa de envenenamento de outras, não respondeu às perguntas do delegado Marcos Vinícius Veloso, amparando-se no direito constitucional de não se manifestar.

A investigação está em sua fase final e deve ser concluída ainda em fevereiro, segundo a polícia. O inquérito principal apura o envenenamento de um bolo consumido pela família na antevéspera de Natal, episódio que resultou na morte de quatro pessoas. Para os investigadores, não há mais provas a serem coletadas ou depoimentos pendentes.

No entanto, o caso pode ter desdobramentos. A polícia abrirá dois novos inquéritos para aprofundar as suspeitas contra Deise. O primeiro, conduzido pela delegacia de Arroio do Sal, investigará a morte de Paulo dos Anjos, sogro da suspeita, e o envenenamento da esposa dele, Zeli dos Anjos, ocorrido em setembro de 2024. O segundo ficará a cargo da delegacia de Nova Santa Rita e analisará a tentativa de homicídio do marido e do filho de Deise, que teriam ingerido um suco de manga contaminado em novembro do ano passado.

Além desses desdobramentos, as autoridades avaliam a abertura de mais dois inquéritos. Um deles pode investigar a venda de veneno pela internet, visto que há indícios de que o arsênio usado nos crimes tenha sido adquirido online. O outro pode apurar a morte do pai de Deise, ocorrida em 2020 e inicialmente atribuída à cirrose, mas que agora levanta suspeitas de envenenamento.

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