Conab mantém safra de soja do Brasil e vê Goiás como 3º produtor após quebra no RS

A estimativa oficial de safra de soja do Brasil na temporada 2024/25 ficou praticamente estável em 166 milhões de toneladas, de acordo com levantamento mensal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado nesta quinta-feira, com a produção maior de Estados do centro-norte do país compensando reduções em áreas ao sul.

Até o mês passado, a Conab projetava 166,33 milhões de toneladas de soja para o Brasil.

A estatal afirmou que a ligeira a redução aconteceu pela “restrição hídrica, desde o início de janeiro no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul”, que foi compensada em parte, “pelas condições climáticas favoráveis, principalmente na região Centro-Oeste, no Paraná e em Santa Catarina”.

A Conab elevou a projeção de safra de Mato Grosso em cerca de 1 milhão de toneladas, para mais de 47 milhões de toneladas de soja, apontando a colheita de Goiás também em recorde de 18,8 milhões de toneladas.

Isso coloca o Estado do Centro-Oeste agora à frente do Rio Grande do Sul, que geralmente figura entre os três maiores produtores da oleaginosa no país.

A previsão de safra do Paraná, que será o segundo produtor de soja no Brasil em 2024/25, foi de 21,8 milhões de toneladas, também um aumento de cerca de 1 milhão de toneladas na comparação com o número de janeiro.

Nesses Estados produtores, a colheita está mais avançada do que no Rio Grande do Sul, que normalmente começa mais tarde os trabalhos pelo calendário de plantio.

Com o impacto do tempo seco e do calor, a safra gaúcha foi reduzida pela Conab para 18,45 milhões de toneladas, cerca de 2 milhões de toneladas abaixo da previsão de janeiro.

Mato Grosso do Sul, outro Estado que teve corte na estimativa, agora tem a safra projetada em 13,5 milhões de toneladas, versus 14,8 milhões na projeção de janeiro.

Apesar da produção menor em algumas regiões, a safra brasileira está, de maneira geral, em melhor situação do que na temporada passada, quando até o Mato Grosso sofreu com a estiagem e o calor, enquanto o Rio Grande do Sul foi atingido por enchentes.

A expectativa da Conab é de um novo recorde, com aumento anual na produção de 12,4%, principalmente pela recuperação das produtividades, uma vez que a área plantada deverá crescer 2,8% ante o ciclo passado, para 47,45 milhões de hectares.

A projeção acontece em meio a uma melhora na condição climática para a safra do Rio Grande do Sul, apontou nesta quinta-feira a EarthDaily Agro, empresa especializada no monitoramento de áreas agrícolas com uso de dados de satélite.

Após a onda de calor extremo e a distribuição irregular das chuvas no Rio Grande do Sul, há expectativa de melhora das condições climáticas nos próximos 14 dias, disse a EarthDaily Agro.

“A expectativa é de precipitações acima da média, o que pode contribuir para a recuperação das lavouras de verão mais tardias (no Rio Grande do Sul)”, afirmou a empresa, que projeta a safra gaúcha de soja em 16,47 milhões de toneladas, número 2 milhões de toneladas abaixo da Conab.

Por outro lado, outras partes do país ao norte, que vinham sofrendo com as chuvas para realizar trabalhos de colheita, devem ver precipitações abaixo da média. “Isso poderá favorecer a colheita da soja e o plantio do milho safrinha”, destacou.

Mais milho

A safra total de milho 2024/25 do Brasil deve alcançar 122,02 milhões de toneladas, estimou a Conab nesta quinta-feira, promovendo um aumento em relação à previsão de 119,55 milhões divulgada no mês anterior.

A elevação frente ao esperado em janeiro foi motivada por ajustes positivos tanto para a segunda safra, que passou a ser vista em 96,05 milhões de toneladas (ante 94,63 milhões na previsão de janeiro), quanto para a primeira safra, projetada em 23,58 milhões de toneladas (ante 22,53 milhões).

Caso a projeção se confirme, a safra de milho cresceria 5,5% sobre a colheita no ciclo anterior.

A Conab citou ainda que a área destinada para o arroz deve atingir 1,7 milhão de hectares, 6,4% superior à área cultivada na safra anterior, e que os problemas climáticos no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no país, não indicam redução de produtividade apesar da preocupação de produtores.

A Conab estima que a produção de arroz chegue a 11,8 milhões de toneladas, alta de 11,4% quando comparada com a colheita da safra passada.

A estatal ainda divulgou as primeiras estimativas para o trigo, apontando um aumento de 15,6% na produção, para 9,1 milhões de toneladas, com uma recuperação das produtividades.

A análise para o trigo ainda se baseia em modelos estatísticos, análise de mercado, previsões climáticas e informações preliminares.

O início do plantio de trigo no Paraná ocorre a partir de meados de abril e no Rio Grande do Sul em maio –esses Estados representam 80% da produção tritícola do país.

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