Por que mais de 3 mil aviões suspeitos foram interceptados pela FAB nos últimos cinco anos

Nos últimos cinco anos, 3.382 aviões foram interceptados e obrigados a pousar pela Força Aérea Brasileira (FAB) por realizarem voos suspeitos em todo o País. Na maioria dos casos havia suspeita de tráfico de drogas. Em muitas ocorrências, os voos eram oriundos de países vizinhos, como Paraguai, Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela. O recorde aconteceu em 2021, quando 1.147 aeronaves foram interceptadas pela FAB.

Na última terça-feira (11), a Força Aérea abateu um avião venezuelano que entrou ilegalmente no espaço aéreo brasileiro. A aeronave foi interceptada pelos caças da FAB e advertida com disparos, mas desobedeceu às ordens de pouso forçado. Novos disparos levaram o avião ao solo, próximo a Manaus (AM). Dois homens que pilotavam a aeronave foram encontrados mortos.

“Não atendendo aos procedimentos coercitivos descritos no Decreto nº 5.144, a aeronave foi classificada como hostil e, dessa forma, submetida ao Tiro de Detenção (TDE), que consiste no disparo de tiros, com a finalidade de impedir a continuidade do voo. Essa medida é utilizada como último recurso, após a aeronave interceptada descumprir todos os procedimentos estabelecidos e forçar a continuidade do voo ilícito”, informou a FAB.

De acordo com a Polícia Federal (PF), havia drogas a bordo. A ação da FAB, baseada em uma lei que permite abater aeronaves suspeitas ou hostis, não é a primeira deste ano. No dia 2 de fevereiro, a FAB interceptou um avião que entrou clandestinamente no espaço aéreo brasileiro, após cruzar a fronteira com o Peru. A aeronave Sêneca fez um pouso forçado a 80 km de Manaus. Antes de fugirem pela mata, os ocupantes incendiaram o aparelho, mas a PF recuperou 500 kg de maconha e haxixe.

A Lei da Destruição da Aeronaves (Lei n.o 9.614/98), regulamentada pelo Decreto n.o 5.144/04, estabelece protocolos de segurança para a abordagem. Os militares devem se comunicar com os ocupantes para identificar origem e destino do voo. Não havendo resposta, podem ser feitas manobras para forçar o pouso em um aeródromo e disparados tiros de advertência. Se o avião prossegue o voo, é classificado como “hostil” e pode ser derrubado com o chamado “tiro de detenção”.

Aviões interceptados pela FAB

– 2024: 412 aeronaves;
– 2023: 404 aeronaves;
– 2022: 435 aeronaves;
– 2021: 1.147 aeronaves;
– 2020: 984 aeronaves;

A maioria das ações se deu no bojo da Operação Ostium, de reforço na vigilância do espaço aéreo sobre a região de fronteira do Brasil para coibir voos ligados ao narcotráfico. (Estadão Conteúdo)

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