Falta de chuva e calor extremo afetam lavouras de soja e milho no RS

Foto: Emater/Divulgação

O desenvolvimento da soja sofreu impacto significativo em função da falta de chuva e das altas temperaturas no RS. O prejuízo nas lavouras se fez sentir mais no Oeste do território gaúcho, mas lavouras de todo o estado registram danos.

É o que aponta o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta semana. De acordo com o diretor técnico da Instituição, Claudinei Baldissera, “a estiagem também impacta a pecuária e a disponibilidade de água para consumo humano“, relata. 

As chuvas ocorreram de forma heterogênea na última semana. Além disso, apenas em áreas pontuais, os volumes foram significativos. Além do calor excessivo, a baixa umidade do solo também afetou diretamente as plantas em estágios reprodutivos, como floração (38% das lavouras) e formação e enchimento de grãos (49%).

Outros 2% da área cultivada com soja está em maturação e 11% ainda em desenvolvimento vegetativo e enchimento de grãos. 

Queda na produção

Embora a coloração verde predomine, o potencial produtivo tende a se reduzir, uma vez que o volume de vagens e de grãos está inferior ao desejável. Entre os danos causados pelo estresse térmico e hídrico estão o abortamento floral, a queda prematura de vagens em estágios iniciais, desfolhação basal, o porte de plantas reduzido e a baixa emissão de ramos laterais.

Dessa forma, as cultivares precoces e as áreas semeadas entre o final de outubro e início de novembro são as mais prejudicadas. Nesses casos, as práticas de manejo foram suspensas devido ao comprometimento do potencial produtivo.   

Milho 

Apesar das precipitações ocorridas em 5 de fevereiro, as temperaturas extremamente elevadas aceleraram a redução da umidade nas plantas e nos grãos de milho e, consequentemente, a colheita, alcançando 54% da área cultivada.

As áreas colhidas, semeadas no início do período recomendado pelo Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático), mantêm produtividades elevadas. As lavouras em maturação, que representam 19% da área cultivada, já têm produtividade definida, sendo consideradas satisfatórias. 

Os cultivos semeados tardiamente (7% das áreas em desenvolvimento vegetativo, 6% em floração e 14% em enchimento de grãos) estão sendo impactados pela restrição hídrica e pelas altas temperaturas. A onda de calor tem prejudicado o potencial produtivo da cultura do milho, pois seu ciclo está diretamente relacionado à soma térmica.  

O aumento das temperaturas acelera o desenvolvimento fenológico, encurtando as fases de crescimento, assim como compromete a fecundação, se forem superiores a 35°C durante a polinização, afetando negativamente a produtividade. Além disso, as temperaturas noturnas elevadas reduzem o acúmulo de fotoassimilados, prejudicando o enchimento de grãos.  

Após as chuvas, alguns produtores realizaram o plantio tardio, mesmo fora do período recomendado pelo Zarc. Observou-se elevação na incidência da cigarrinha-do-milho nas semeaduras realizadas em janeiro.

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