UFRGS denuncia estudante à PF por uso de suástica na formatura

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) registrou ocorrência na Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (19/2), após o estudante Vinícius Krug de Souza aparecer na cerimônia de formatura com uma suástica pintada no rosto, na noite de terça-feira (18/2), no Câmpus Centro, em Porto Alegre (RS).

A atitude foi prontamente repudiada pela universidade e estudantes e, após tomar conhecimento do ocorrido, o vice-reitor da UFRGS, Pedro Costa, e o coordenador de segurança abordaram o aluno. Vinícius estava se formando no curso de engenharia de minas, mas foi impedido de participar da colação de grau com o símbolo no rosto.

“O caso será encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, para que medidas cabíveis sejam tomadas, e, caso haja culpa, o estudante seja devidamente punido”, afirmou Pedro Costa.

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Momento em que Vinicius Krug de Souza dirige hostilidade à plateia

Caso Vinícius Krug de Souza escolhesse não apagar seria encaminhado diretamente à Polícia Federal
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O estudante Vinícius Krug de Souza alegou que a figura fazia alusão à religião hindu

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Momento em que Vinicius Krug de Souza dirige hostilidade à plateia

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Caso Vinícius Krug de Souza escolhesse não apagar seria encaminhado diretamente à Polícia Federal

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De acordo com a universidade, o alunno afirmou, ao ser questionado, que o símbolo em seu rosto era hindu e negou que estivesse fazendo apologia ao nazismo. Ele foi orientado que, caso não removesse a pintura, seria levado à Polícia Federal para o registro da ocorrência.

Apesar de remover a suástica, Vinícius manteve outros símbolos no rosto, sem qualquer relação com o nazismo. A atitude gerou polêmica nas redes sociais. E a União Nacional dos Estudantes (UNE) condenou o ato como “inadmissível” e “absurdo”.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) exigiu uma investigação rigorosa para prevenir casos semelhantes, além de pedir a anulação da entrega do diploma e da formatura do aluno, destacando que apologia ao nazismo é crime.

Embora a ocorrência tenha sido registrada, a UFRGS ainda avalia quais medidas administrativas tomar. A cerimônia de formatura seguiu para preservar os demais formandos e familiares, enquanto a universidade reafirma o compromisso contra o ódio e a intolerância.

“A UFRGS não tolera racismo, ódio ou ofensas. Somos um espaço de cultivo dos direitos humanos, e a Reitoria continuará defendendo esses valores de forma intransigente”, ressaltou o vice-reitor.

A Polícia Civil também instaurou um inquérito, e o caso é investigado pela Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI). A apuração teve início após denúncia feita pelo deputado estadual Leonel Radde (PT).

“A investigação seguirá os trâmites legais, garantindo a responsabilização do acusado, caso seja comprovada a materialidade do crime. Não daremos espaço para discurso de ódio”, declarou a delegada Tatiana Bastos.

De acordo com a Lei nº 7.716/89, a apologia ao nazismo é considerada crime no Brasil, com pena de reclusão de 2 a 5 anos e multa. A legislação proíbe a fabricação, comercialização, distribuição ou divulgação de símbolos, emblemas e propaganda que promovam o nazismo, incluindo a cruz suástica

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