Líderes europeus saem em defesa de Zelensky; Rússia chama ucraniano de mentiroso

Líderes europeus saíram em defesa do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após discussão com Donald Trump na Casa Branca. Os dois trocaram farpas diante de jornalistas nesta sexta-feira (28).

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que é preciso respeitar quem está na luta desde o início. A declaração foi interpretada como uma referência ao fato de Trump ter assumido as negociações de paz apenas neste ano, após voltar ao governo dos Estados Unidos. Macron e Zelensky conversaram por telefone após a discussão, de acordo com o governo francês.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escreveu em uma rede social que Zelensky precisa ser forte e corajoso. Ainda segundo ela, o presidente ucraniano nunca estará sozinho. O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou que a Ucrânia pode contar com o povo alemão e a Europa. Enquanto isso, o líder do partido que venceu as eleições do país, Friedrich Merz, afirmou que não é possível confundir o agressor e a vítima.

Já o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, reforçou o apoio de seu país à Ucrânia. A discussão também teve repercussão no Parlamento ucraniano. O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, escreveu em uma rede social que Zelensky está certo: “Paz sem garantias não é possível”, declarou.

Enquanto isso, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, chamou Zelensky de “grande mentiroso” e afirmou que a Ucrânia está sozinha.

Zakharova disse ainda que foi um “milagre” Trump e o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, terem se contido para não agredir o líder ucraniano. Já Dmitri Medvedev, ex-presidente da Rússia, afirmou que Zelensky levou um “tapa na cara”.

Entenda

Durante uma reunião transmitida ao vivo e diante da imprensa na Casa Branca, Donald Trump pressionou Volodymyr Zelensky a aceitar um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia. O conflito começou em 2022, após a invasão russa ao território ucraniano.

Os Estados Unidos eram aliados da Ucrânia durante o governo de Joe Biden. No entanto, com a chegada de Trump à Casa Branca, ele se aproximou do presidente russo, Vladimir Putin, e busca um acordo para encerrar a guerra sem a participação ativa da Ucrânia.

O bate-boca ocorreu na etapa final do encontro de 45 minutos entre os dois no Salão Oval. Zelensky demonstrou desconfiança em relação ao compromisso de Putin de encerrar a guerra e chamou o presidente russo de “assassino”.

Diante da declaração, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, interveio: “Senhor presidente, com todo o respeito. Acho desrespeitoso da sua parte vir ao Salão Oval e tentar debater isso diante da mídia americana”. Quando Zelensky tentou responder, Trump levantou a voz.

“Você está apostando com a vida de milhões de pessoas. Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial. Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial, e o que você está fazendo é muito desrespeitoso com este país, um país que te apoiou muito mais do que muitos disseram que deveria”, afirmou Trump.

Zelensky rebateu, dizendo que Trump tem sido menos firme com Putin: “Não faça concessões a um assassino”. Trump, então, respondeu: “Seu povo é muito corajoso, mas ou vocês fazem um acordo ou estamos fora. E se estivermos fora, vocês terão que lutar sozinhos”.

Após o encontro, Trump publicou no TruthSocial que Zelensky desrespeitou os EUA no Salão Oval e que só poderá voltar quando estiver “pronto para a paz”.

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