Após bate-boca com Zelensky, Trump congela ajuda militar à Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou o congelamento da ajuda militar à Ucrânia após o bate-boca com Volodymyr Zelensky no Salão Oval da Casa Branca. A decisão foi divulgada pela imprensa americana neste domingo (3). Conforme o governo, ela impacta todo o armamento que ainda não chegou ao território ucraniano, incluindo suprimentos que estavam em trânsito.

A medida gerou forte reação em Kyiv. O presidente do Comitê de Relações Exteriores da Ucrânia, Oleksandr Merezhko, comparou a suspensão do auxílio ao Acordo de Munique de 1938, quando potências europeias permitiram que a Alemanha nazista anexasse a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, país que existiu de 1918-1992.

“Pausar a ajuda significa ajudar [Vladimir] Putin. Isso é pior do que Munique, porque pelo menos lá eles não tentaram pintar a Tchecoslováquia como agressora”, afirmou Merezhko.

O deputado Fedor Venislavsky, que integra o Comitê de Segurança Nacional da Ucrânia, declarou que o país ainda tem cerca de seis meses de estoque militar antes que a falta de suprimentos comece a impactar a linha de defesa contra as forças russas.

Reação da Rússia

No Kremlin, o porta-voz Dmitry Peskov declarou que a ordem de Trump pode “empurrar o governo ucraniano em direção ao processo de paz”.

“As declarações de Donald Trump de que ele quer trazer a paz só podem ser bem-vindas”, disse Peskov. “Continuaremos a observar como essa situação se desenvolverá na realidade”.

Negociações em andamento

O assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak afirmou que o governo de Zelensky busca alternativas na Europa para substituir a ajuda militar americana. No entanto, a diplomacia ucraniana não descarta novas negociações com Washington.

A decisão de Trump marca uma mudança significativa na postura dos Estados Unidos no conflito entre Rússia e Ucrânia, impactando diretamente a capacidade de defesa do país europeu.

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