Julgamento de homem acusado de feminicídio em Montenegro é suspenso

O júri do homem acusado pela morte de Débora Michels Rodrigues da Silva, foi cancelado. Crédito: Juliano Verardi – DICOM/TJRS

O julgamento de Alexsandro Alves Gunsch, de 49 anos, acusado do feminicídio da personal trainer Débora Michels Rodrigues da Silva, acabou suspenso. O jurí deveria ocorrer nesta quinta-feira (6) em Montenegro, no Vale do Caí.

A sessão do tribunal estava marcada para as 8h da manhã. No entanto, logo na abertura dos trabalhos, houve o cancelamento. O réu revogou os poderes de sua advogada, Daniela Schneider Couto. O documento foi apresentado à Justiça às 23h25 da quarta-feira (5), inviabilizando a continuidade do julgamento.

De acordo com a juíza Débora de Souza Vissoni, responsável pelo caso, a decisão do réu é um direito constitucional, mas o ato ocorreu depois que a magistrada já havia mantido a data da sessão.

“A sessão do Plenário do Tribunal do Júri aqui em Montenegro não ocorreu no dia de hoje em função de que o réu, na véspera, antes da meia noite, revogou os poderes da então advogada dele. Com isso, como a Constituição assegura que nenhum réu será processado sem estar devidamente representado nos autos, foi necessário o cancelamento do júri no dia de hoje”, afirmou a magistrada. O réu tem 10 dias para indicar novo advogado.

O acusado está preso desde 27 de janeiro de 2024 e segue detido na Penitenciária Estadual de Canoas I.

MP-RS critica atitude do réu

“Nos desaponta porque houve um esforço enorme para que esse júri ocorresse e houve um gasto público muito grande, além de jurados convocados, mobilização de agentes de segurança, condução do réu, preparação de organizações da sociedade civil. Um desgaste e frustração para todos, mas principalmente para a família da vítima. O MPRS vai tomar todas medidas cabíveis para que o réu siga preso e o julgamento ocorra o mais brevemente possível”, destaca a promotora de Justiça Rafaela Hias Moreira Huergo.

Com a suspensão do julgamento, a Justiça deverá remarcar a data para uma nova sessão do tribunal do júri.

O caso

O feminicídio ocorreu na madrugada de 26 de janeiro de 2024, na casa onde o casal morava. Segundo a Polícia Civil, Gunsch teria levantado Débora pelo pescoço e a jogado contra um armário, o que resultou na morte por asfixia.

Após o crime, ele colocou o corpo da vítima no carro para supostamente levá-la ao hospital, mas, ao perceber que ela já estava morta, deixou o corpo na calçada, em frente à casa dos pais dela.

A investigação apontou que Gunsch não aceitava o término do relacionamento, o que teria motivado o crime. A prisão ocorreu no dia seguinte. Denunciado pelo Ministério Público, vai responder por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Débora Michels, formada em Educação Física, atuava como personal trainer desde 2011 e tinha uma grande paixão por atividade física. A vítima compartilhava seu dia a dia e dicas de treino em redes sociais, conquistando muitos seguidores. Além disso, Débora venceu competições de fisioculturismo, um esporte também praticado por seu ex-companheiro.

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