Brasil busca diálogo para reverter taxa dos EUA sobre o aço

Foto: Billy Culleton/Ascom/Porto de São Francisco do Sul (SC)

O governo brasileiro e entidades do setor siderúrgico buscam um diálogo com os Estados Unidos para reverter a decisão de impor uma tarifa de 25% sobre a importação de aço. A medida afeta diretamente o Brasil, principal fornecedor do produto para o mercado norte-americano.

O Instituto Aço Brasil e a CNI (Confederação Nacional da Indústria) manifestaram preocupação com o impacto da taxação. Em nota, o Instituto Aço Brasil informou ter recebido a decisão com surpresa, mas disse confiar em negociações entre os governos para restabelecer as condições do acordo firmado em 2018, ainda no primeiro mandato de Donald Trump.

Impacto nas exportações brasileiras

O acordo estabelecido há seis anos permitiu a exportação de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados, como placas de aço, e 687 mil toneladas de laminados ao mercado norte-americano. Esse modelo flexibilizou uma tarifa anterior imposta pelos Estados Unidos, garantindo acesso ao principal destino do aço brasileiro.

A entidade destaca que, em 2024, o Brasil supriu 60,7% da demanda de importação de placas de aço dos EUA. No total, foram exportadas 3,4 milhões de toneladas, enquanto a indústria norte-americana precisou importar 5,6 milhões de toneladas devido à falta de produção interna suficiente.

Indústria brasileira alerta para prejuízos

O Instituto Aço Brasil alerta que a nova tarifa pode prejudicar não apenas as siderúrgicas brasileiras, mas também a indústria norte-americana. Segundo a entidade, os Estados Unidos dependem do aço brasileiro para abastecer suas fábricas, e a taxação pode encarecer a cadeia produtiva local.

Além disso, o instituto aponta um aumento expressivo das importações chinesas no Brasil, o que prejudica a competitividade da indústria nacional. A entidade também reforça que não há indícios de que o país pratique “circunvenção”, ou seja, reexportação de produtos de terceiros países para os EUA.

CNI busca alternativas diplomáticas

A CNI, que representa toda a indústria brasileira, também se posicionou contra a medida. A confederação destaca que os Estados Unidos são o destino de 54% das exportações brasileiras de ferro e aço e que o Brasil é o quarto maior fornecedor desses produtos para os norte-americanos.

A entidade defende uma solução negociada e segue em tratativas com o governo brasileiro para buscar alternativas que preservem o comércio bilateral.

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