Grupo criminoso no Rio Grande do Sul é preso por extorquir empresários com falso perfil na internet

Na manhã desta quinta-feira (13), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos e Defraudações, e a Polícia Civil de Mato Grosso, através da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), deflagraram a Operação Phantom para desarticular uma organização criminosa especializada em extorsões. A ação resultou no cumprimento de 13 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão nos municípios de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Guaporé e Itajaí (SC). Até as 8h30min, 11 pessoas haviam sido presas.

A operação contou com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do efetivo da 6ª e da 8ª Região Policial do Rio Grande do Sul, além da Divisão de Investigação Criminal de Itajaí e da Polícia Penal gaúcha.

As investigações tiveram início em 2021 e foram conduzidas pelo delegado adjunto da DRCI/PCMT, Gustavo Godoy Alevado. Com a identificação dos suspeitos no Rio Grande do Sul, a Polícia Civil mato-grossense solicitou apoio operacional da DRCID/PCRS, sob coordenação do delegado João Vitor Herédia.
Como funcionava o esquema

Os criminosos utilizavam perfis falsos nas redes sociais para atrair as vítimas. Com fotos de jovens atraentes, faziam contato e iniciavam trocas de mensagens e imagens íntimas. Na sequência, outro integrante da quadrilha assumia o golpe, se passando por policial civil ou por um suposto parente da jovem, alegando que ela era menor de idade. A vítima era então ameaçada de ser denunciada por pedofilia caso não realizasse pagamentos exigidos pelo grupo.

Em um dos casos investigados, um empresário de Cuiabá foi coagido a transferir mais de R$ 2 milhões aos criminosos, sob ameaça de ter seu nome envolvido em investigações falsas ou de ter imagens comprometedoras divulgadas. Com base nas provas reunidas, a Justiça determinou a prisão dos envolvidos, além do sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias.

O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos de Mato Grosso, Guilherme Berto Nascimento Fachinelli, ressaltou a importância da operação: “A Operação Phantom representa um marco no combate a organizações criminosas que utilizam a intimidação e o uso indevido da identidade policial para extorquir cidadãos. O sucesso desta ação só foi possível graças à cooperação entre as polícias civis de diferentes estados.”
Tráfico de drogas

Segundo o delegado João Vitor Herédia, da DRCID do Rio Grande do Sul, além dos golpes e extorsões, os suspeitos tinham ligação com o tráfico de drogas na Serra Gaúcha. “Ao iniciarmos as investigações solicitadas pela PC/MT, identificamos que os indivíduos tinham forte vínculo com lideranças do tráfico de drogas em Bento Gonçalves e com organizações criminosas da região. Foi necessário um planejamento operacional minucioso, com apoio da Core e das regionais de Passo Fundo e Caxias do Sul, além da Polícia Penal, que cumpriu ordens judiciais em presídios da região”, explicou.

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