“Imundície raramente vista”, diz advogado sobre casa onde Maradona morreu

O julgamento da morte de Diego Armando Maradona é marcado por duras acusações. Na quinta-feira (13), o Terceiro Juizado Penal de San Isidro, na Área Metropolitana de Buenos Aires, contou com frases fortes do advogado Fernando Burlando, que chamou a casa que o craque morreu de “pocilga”.

“Era uma pocilga, uma imundície raramente vista, inadequada para internação domiciliar. O que eu quero é que eles descrevam o quão sujo isso foi”, disse o advogado Fernando Burlando.

Maradona viveu de 11 a 25 de novembro de 2020 na casa. Segundo o advogado, o banheiro tinha menos de um metro de largura e era impossível para os enfermeiros ouvirem qualquer queixa, indisposição ou desejo do paciente.

“O que vem a seguir para o médico de Maradona? Sem dúvida, todas as ações que essa gangue de bandidos realizou não lhes deixarão outra alternativa senão a prisão”, continuou o advogado.

No tribunal, Fernando Burlando chegou a falar de 8 a 25 anos de prisão, o que é considerado homicídio, ao neurocirurgião Leopoldo Luque, que está sendo julgado como um dos responsáveis ​​pela morte de Diego Maradona.

O julgamento da morte de Maradona começou nesta semana e deve durar até julho. O craque morreu no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos. A causa da morte seria um “edema agudo de pulmão secundário a insuficiência cardíaca crônica exacerbada”.

Ele foi encontrado morto na cama em uma casa alugada em um bairro exclusivo de Buenos Aires, para onde foi levado após receber alta do hospital duas semanas após a cirurgia. Exames apontaram que Maradona morreu de ataque cardíaco.

O enfermeiro noturno disse que viu alguns “sinais de alerta”, mas “recebeu ordens para não acordá-lo”. A morte de Maradona, que ocorreu no meio da pandemia de Covid-19, mergulhou a Argentina em luto. Dezenas de milhares de pessoas fizeram fila para se despedir dele enquanto o corpo estava em exposição no palácio presidencial.

Sete membros da equipe médica que cuidavam dele em um pós-operatório são acusados de “homicídio simples com dolo eventual”, ou seja, de saberem das consequências fatais de seus atos. Os acusados enfrentam penas de entre oito e 25 anos de prisão.

Os promotores acusaram os profissionais médicos de fornecer tratamento domiciliar “negligente” e “deficiente” a Maradona, alegando que ele foi abandonado à própria sorte por um “período prolongado e agonizante” antes de sua morte.

Um painel de 20 especialistas médicos convocado pelo promotor público da Argentina concluiu em 2021 que Maradona “teria tido uma chance melhor de sobrevivência” com tratamento adequado em uma unidade médica apropriada.

O magistrado que instruiu o caso disse que cada um dos acusados ​​desempenhou um papel nos eventos. Todos os acusados ​​negam qualquer responsabilidade na morte do astro.

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