Ausente em ato de Bolsonaro, Sérgio Moro defende anistia

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou em suas redes sociais que apoia a anistia para os manifestantes do 8 de Janeiro de 2023, que invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. “Ninguém concorda com a invasão de prédios públicos e vandalismo, mas as punições, com até 17 anos de prisão, são excessivas e arbitrárias”, afirmou o ex-juiz na publicação, levantando um ponto que gerou intensas discussões no cenário político. Moro defendeu a ideia de que as punições aplicadas aos envolvidos nos atos de violência em janeiro do ano passado seriam desproporcionais, e sugeriu que, apesar do comportamento ilegal dos manifestantes, as penas não deveriam ser tão severas.

Entretanto, apesar do apoio ao ato que ocorreu no último domingo (16) em Copacabana (RJ), evento que contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores políticos, o senador deixou claro que não estaria presente.

“Não estarei em Copacabana, mas essa é minha posição”, disse Moro, deixando evidente que, embora apoiasse a pauta da anistia, preferia não se associar diretamente ao evento. Sua postura de apoiar a causa sem comparecer ao local dividiu opiniões e gerou reações diversas, inclusive de seus próprios aliados políticos.

Sergio Moro, que tem se posicionado criticamente em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que sua posição em relação à anistia não significava apoio ao atual governo. Contudo, seus comentários acabaram gerando um certo desagrado entre os bolsonaristas.

Nos comentários de sua publicação, vários apoiadores de Bolsonaro se manifestaram de forma contundente, afirmando que Moro “se queimou em todos os campos”. Muitos o chamaram de covarde, acusando-o de querer angariar votos do ex-presidente, mas sem se expor publicamente ao lado de seus seguidores.

“Covarde duas vezes”, disseram alguns, insinuando que o ex-juiz estava buscando apoio político, mas não estava disposto a assumir as consequências de suas declarações e se apresentar fisicamente no evento.

Essa troca de acusações reflete as tensões internas no campo bolsonarista, que estão longe de ser resolvidas. Moro, que já foi visto como uma figura central nas investigações da Operação Lava-Jato e um adversário direto do PT, agora enfrenta críticas por parte de seus antigos aliados. A situação parece mostrar o quanto a política brasileira continua polarizada, com figuras como Moro tentando se posicionar em um espaço complicado, tentando agradar diferentes públicos ao mesmo tempo. (Correio Braziliense)

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