A verdade sobre a gordura abdominal na menopausa: por que ela surge e como eliminá-la de vez

O corpo feminino passa por diversas transformações ao longo da vida, mas poucas são tão impactantes quanto a menopausa. Essa fase marca uma queda acentuada dos hormônios sexuais, especialmente do estrogênio, e com ela surgem diversas alterações metabólicas. Entre os desafios mais comuns, está o acúmulo de gordura na região abdominal. Mas por que isso acontece e, mais importante, o que pode ser feito para evitar ou reverter esse quadro?

A gordura abdominal não é apenas uma questão estética. “O aumento da gordura visceral nessa fase da vida está diretamente relacionado a um maior risco de doenças cardiovasculares, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e inflamação crônica. Portanto, entender suas causas e adotar estratégias eficazes para controlá-la é fundamental para a saúde e qualidade de vida”, destaca o médico em saúde integrativa e especialista em saúde hormonal, Dr. Francisco Saracuza.

Por que a gordura se acumula na barriga após a menopausa?

1. A queda do estrogênio altera a distribuição da gordura corporal

Durante a fase reprodutiva, o estrogênio ajuda a distribuir a gordura de maneira mais uniforme pelo corpo, favorecendo o acúmulo nos quadris e coxas. Com a chegada da menopausa, os níveis desse hormônio caem drasticamente, levando a uma redistribuição da gordura para a região abdominal. Esse efeito ocorre porque o corpo tenta compensar a queda do estrogênio por meio do tecido adiposo, que também produz pequenas quantidades desse hormônio.

2. Metabolismo mais lento e perda de massa muscular

Outro fator determinante é a redução natural da taxa metabólica basal. Com o envelhecimento, há uma diminuição progressiva da massa muscular, o que impacta diretamente no gasto calórico diário. Se a alimentação não for ajustada e a prática de exercícios físicos não for incorporada, o resultado será um acúmulo gradual de gordura.

3. Resistência à insulina e maior tendência ao armazenamento de gordura

Muitas mulheres na menopausa desenvolvem um aumento da resistência à insulina, o que significa que o corpo passa a ter mais dificuldade em utilizar a glicose de forma eficiente. Isso favorece o ganho de peso, especialmente na região abdominal, e pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

4. Aumento do cortisol e impacto do estresse

O hormônio do estresse, o cortisol, também desempenha um papel crucial no acúmulo de gordura visceral. Durante a menopausa, muitas mulheres experimentam alterações no sono, mudanças emocionais e aumento do estresse, fatores que elevam a produção de cortisol. O excesso desse hormônio está diretamente associado ao aumento da gordura abdominal e à inflamação crônica.

Os riscos da gordura abdominal na menopausa

A gordura visceral, aquela que se acumula ao redor dos órgãos internos, não é apenas uma questão estética. Ela aumenta significativamente o risco de doenças metabólicas e cardiovasculares, incluindo: Hipertensão arterial; Diabetes tipo 2; Síndrome metabólica; Inflamação crônica; Risco aumentado de alguns tipos de câncer, como o de mama e o de endométrio.

Dr. Francisco Saracuza enfatiza: “Por isso, controlar a gordura abdominal não é apenas uma questão de aparência, mas de saúde e longevidade.”

Como reduzir a gordura abdominal na menopausa?

1. Ajuste hormonal e reposição personalizada

A terapia de reposição hormonal (TRH) pode ser uma aliada importante para minimizar os efeitos da queda do estrogênio, ajudando a regular o metabolismo e reduzir a tendência ao acúmulo de gordura abdominal. No entanto, a indicação deve ser individualizada, considerando os benefícios e riscos para cada paciente.

2. Estratégias alimentares inteligentes

Uma alimentação equilibrada pode fazer toda a diferença no controle da gordura abdominal. Algumas estratégias eficazes incluem: Priorizar proteínas magras (peixes, ovos, frango, tofu) para preservar a massa muscular e manter o metabolismo ativo; Consumir gorduras boas (azeite de oliva, abacate, castanhas, sementes) para equilibrar os hormônios e reduzir inflamações; Reduzir o consumo de açúcares e carboidratos refinados, que favorecem picos de insulina e acúmulo de gordura; Apostar em alimentos anti-inflamatórios, como cúrcuma, gengibre e chá verde, que ajudam a modular o cortisol e a inflamação corporal.

3. Exercício físico: força e resistência são fundamentais

A prática regular de atividade física é essencial para prevenir e reduzir o acúmulo de gordura abdominal na menopausa. As modalidades mais indicadas incluem: Treino de força – Ajuda a preservar e aumentar a massa muscular, acelerando o metabolismo; Exercícios aeróbicos – Caminhadas, corrida, natação e ciclismo auxiliam na queima de gordura; Treinos intervalados de alta intensidade (HIIT) – Promovem maior gasto calórico em menos tempo e são eficazes para reduzir a gordura visceral; Exercícios de flexibilidade e relaxamento – Como yoga e pilates, que ajudam a reduzir o estresse e modular o cortisol.

4. Controle do estresse e melhora do sono

A qualidade do sono e o gerenciamento do estresse são cruciais para manter os hormônios equilibrados e evitar o ganho de gordura abdominal.

Práticas de relaxamento, como meditação e respiração consciente, ajudam a controlar o cortisol. Evitar cafeína e telas antes de dormir melhora a qualidade do sono e favorece a regulação hormonal. Criar uma rotina noturna saudável, com horários regulares para dormir e acordar, melhora o metabolismo.

O acúmulo de gordura abdominal na menopausa não é inevitável, mas exige uma abordagem personalizada e multifatorial. A menopausa não precisa ser um período de frustração com o corpo. “Com as estratégias certas e acompanhamento profissional, é possível manter a saúde, a vitalidade e uma composição corporal equilibrada. A mudança começa com o conhecimento e com a decisão de cuidar do próprio corpo de forma inteligente e sustentável”, conclui o Dr. Francisco Saracuza.

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