Calor extremo e estiagem fizeram alimentos ficarem mais caros no RS, avalia Ceasa; tomate dobrou de preço em um mês


Estimativa da entidade é os preços reduzam nos próximos meses. Além do tomate, pimentão, morango e alface tiveram aumentos significativos entre fevereiro e março. Alimentos da feira estão mais caros
A estiagem e as ondas de calor extremo causaram aumento no preço de pelo menos 19 alimentos no Rio Grande Sul no último mês, segundo levantamento das Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa).
No comparativo, que se baseia nos preços praticados em 18 de fevereiro e nesta segunda-feira (17 de março), tomate e pimentão foram os alimentos com mais aumento – ambos dobraram de preço em um mês. Também houve aumento em hortifrútis como manga, morango, alface, couve-flor e espinafre.
Veja os alimentos que ficaram mais caros:
Pimentão: de R$ 3,5 para R$ 7 (+100%)
Tomate Longa Vida: de R$ 2,5 para R$ 5 (+100%)
Manga: de R$ 4,17 para R$ 7,22 (+73,14%)
Morango: de R$ 15 para R$ 25 (66,67%)
Alface: de R$ 1,67 para R$ 2,08 (+50%)
Couve-flor: de R$ 4,17 para R$ 5,83 (+40%)
Espinafre: de R$ 2,08 para R$ 2,92 (+40%)
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Josephine Baran / Unsplash
De acordo com o presidente da Ceasa, Carlos Siegle, o aumento do preço se deve principalmente a três fatores: estiagem, calor excessivo e fim da safra de verão.
A estiagem e o calor extremo impactaram principalmente alimentos folhosos, como couve, alface e agrião. Segundo outro levantamento, realizado pela Federação da Agricultura do RS (Farsul), os prejuízos causados pelas estiagens dos últimos 4 anos no estado chegam a R$ 106,5 bilhões. O valor, corrigido pela inflação, chega a R$ 117,8 bilhões.
A projeção da Ceasa é de que, com o fim das ondas de calor, o consumidor deve perceber a redução de preços e uma melhora na qualidade das folhosas em um período entre 30 a 70 dias.
“Com o tempo mais ameno e uma regularidade maior de chuva, a gente tende a ter mais produtos e melhor qualidade também e, com a maior quantidade, os preços baixam”, afirma Siegle.
Já o final da safra de verão causou aumento no preço de alimentos como tomate, cebola, melancia e cenoura, uma vez que a partir do outono esses alimentos têm menos oferta dos produtores. Com menos oferta, o preço aumenta.
Ainda segundo o levantamento, alguns produtos tiveram baixa nos preços, como mandioca, batata branca, vagem e ovo branco (que teve redução de 4%). Em algumas feiras, a dúzia de ovos pode ser encontrada a R$ 11.
Com a chegada da estação de inverno, alguns alimentos devem ter redução de preços. Os cítricos, como a laranja e bergamota, são produtos que tendem a ficar mais baratos à medida em que começa, a chegar ao mercado. Para Siegle, o fim do El Nino, fenômeno climático que causa menos chuva, deve trazer temperatura mais amena e um cenário mais positivo para a entrada da safra de verão, que inicia o plantio em setembro e outubro.
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