Câncer colorretal: saiba riscos, prevenção e tratamento

O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum de câncer no Brasil. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 45.630 novos casos são diagnosticados por ano no país. A doença é mais frequente entre as mulheres, que representam 23.660 novos casos, contra 21.970 para os homens.

Como março é o mês de conscientização sobre o câncer colorretal, decidi conversar com uma especialista sobre os fatores de risco para este tipo de câncer. Como é tratado? Quando as pessoas devem começar os exames de rastreamento do câncer colorretal, e quais tipos de testes estão disponíveis? Quem deve começar o rastreamento mais cedo? E o que as pessoas podem fazer para tentar reduzir seu risco de desenvolver câncer colorretal?

Para ajudar com essas questões, conversei com a especialista em bem-estar da CNN, Dra. Leana Wen. Wen é médica emergencista e professora associada adjunta na Universidade George Washington. Ela anteriormente atuou como comissária de saúde de Baltimore, nos EUA.

O que é câncer colorretal?

Dra. Leana Wen: O câncer colorretal refere-se ao câncer de cólon, que começa no cólon, e ao câncer retal, que começa no reto. Às vezes, as pessoas se referem ao “câncer de cólon” e ao “câncer colorretal” de forma intercambiável, mas tecnicamente o câncer de cólon é parte da categoria mais ampla de câncer colorretal.

Quais são os fatores de risco para câncer colorretal?

Wen: Os fatores de risco para o câncer colorretal são divididos entre aqueles associados ao estilo de vida, que, portanto, podem ser mudados, e aqueles que não podem. Em termos de fatores de risco relacionados ao estilo de vida, um dos principais é estar acima do peso ou obeso. Outro é ter diabetes. Outros incluem tabagismo, uso de álcool e dietas com muitas carnes vermelhas e processadas.

Em termos de fatores de risco não associados ao estilo de vida, síndromes hereditárias, como a síndrome de Lynch e a polipose adenomatosa familiar, aumentam substancialmente o risco de câncer colorretal. Pessoas com doença inflamatória intestinal, como doença de Crohn e colite ulcerativa, também têm risco elevado, assim como aqueles que foram submetidos à radiação na área abdominal ou pélvica e indivíduos com histórico familiar de câncer colorretal em parentes de primeiro grau.

Sua idade também é importante. O câncer colorretal é muito mais comum após os 50 anos, embora nos últimos anos tenha havido um aumento deste câncer entre pessoas mais jovens. Na verdade, a taxa de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos deve dobrar até 2030, segundo algumas estimativas, e o câncer colorretal está a caminho de se tornar a principal causa de morte para pessoas entre 20 e 49 anos.

Como o câncer colorretal é tratado?

Wen: O tratamento depende de múltiplos fatores, incluindo o estágio do câncer e a saúde geral da pessoa. A cirurgia é o tratamento mais comum. Radioterapia e quimioterapia também são oferecidas às vezes, e existem também terapias direcionadas, incluindo imunoterapias que ajudam o sistema imunológico da pessoa a combater o câncer.

Como com outros tipos de cânceres, o prognóstico é melhor se o câncer estiver localizado e não tiver se espalhado no momento do diagnóstico. É por isso que o rastreamento é tão importante: para tentar detectar o câncer precocemente.

Quando as pessoas devem começar a fazer exames de câncer colorretal e que tipos de testes estão disponíveis?

Wen: A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA recomenda desde 2021 que a maioria dos adultos de 45 a 75 anos faça rastreamento para câncer colorretal. Isso representa uma mudança em relação às diretrizes anteriores, que aconselhavam que o rastreamento começasse aos 50 anos. Entre 76 e 85 anos, a força-tarefa afirma que a decisão de rastreamento deve ser individual, feita em consulta com o médico. A força-tarefa recomenda descontinuar o rastreamento após os 85 anos.

Existem vários tipos de métodos aprovados para o rastreamento do câncer colorretal. O primeiro método é a inspeção visual do cólon. O padrão-ouro desses exames é a colonoscopia. Este procedimento envolve um gastroenterologista passando um longo tubo através dos intestinos do paciente, e geralmente requer que a pessoa esteja sob anestesia durante o procedimento. Um procedimento relacionado, chamado sigmoidoscopia, é mais rápido e requer menos sedação, mas resulta em uma visão mais limitada dos intestinos. As pessoas também podem realizar uma colonografia por TC, também chamada de colonoscopia virtual, para visualizar os intestinos através de um exame de imagem. As informações são do portal CNN.

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