Governo gaúcho estuda compra de um avião a jato por quase R$ 100 milhões

O governo do Rio Grande do Sul informou que estuda a possibilidade de compra de um avião a jato, seminovo e com perfil multifuncional, para situações de urgência, emergência, transporte de órgãos para transplantes e outras missões específicas nas áreas de segurança pública, defesa civil e saúde. O valor estimado é de R$ 95 milhões.

A aeronave em questão tem autonomia de cerca de 3,5 mil quilômetros e capacidade para transportar de oito a 11 pessoas. Sua velocidade máxima é de aproximadamente de 860 km/h, característica que possibilita o atendimento em menor tempo das demandas pela Brigada Militar (BM), Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Instituto-Geral de Perícias (IGP).

O avião receberá estruturas que facilitam o translado de pacientes de alta complexidade, bem como o envio ou recebimento de equipamentos médicos e movimentação de órgãos para transplante. Além de atuar em situações de saúde, servirá para que os profissionais da segurança pública possam agir com mais rapidez em casos de calamidade, visando ao socorro de vítimas ou em ocorrências que coloquem a sociedade em risco.

A proposta da aeronave multifunção está em análise pela Secretaria da Reconstrução Gaúcha (Serg). Se for aprovada, haverá uma licitação de âmbito internacional. Ainda de acordo com o governo do Estado, a opção por um modelo seminovo se deve ao fato de que, nesse caso, o prazo de entrega é de um ano, ao passo que o de um veículo aéreo “zero-quilômetro” é de até dois anos.

Além disso, a aeronave já terá a homologação de materiais que compõem o kit Medevac, adequado para o transporte de enfermos em condições graves, conforme salienta um texto publicado no site oficial estado.rs.gov.br:

“A aquisição do equipamento será mais uma das medidas que o Estado adota seguindo a diretriz de resiliência perante eventos que causam prejuízos nas mais diversas formas. Um exemplo são as enchentes de maio de 2024, quando foi necessário buscar cilindros de oxigênio de outros Estados para atender à demanda local”.

O informe acrescenta que as distâncias dentro do Rio Grande do Sul exigem tal agilidade. Um voo partindo de Porto Alegre é mais longo até Uruguaiana (Fronteira-Oeste gaúcha) do que até Curitiba (PR), distância que ultrapassa os limites das divisas de dois Estados:

“Com isso, o transporte de tropas especializadas para o atendimento de ocorrências com a presença de reféns ou a desativação de artefatos explosivos pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) terá um tempo de resposta mais curto”.

(Marcello Campos)

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