
A Polícia Federal (PF) devolveu os objetos apreendidos com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na Operação Tempus Veritatis. Dois celulares, três relógios, entre eles um Rolex e um Audemars Piguet, um caderno e o passaporte de Valdemar foram restituídos.
A defesa pediu para retirar os objetos porque a investigação foi concluída e Valdemar não foi denunciado. Ele estava proibido de deixar o País, por isso o passaporte foi retido.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a devolução. Moraes afirmou em sua decisão que não há “interesse na manutenção da apreensão” porque a perícia e análise dos dados foram concluídas pela Polícia Federal.
Quando a Operação Tempus Veritatis foi deflagrada, em fevereiro de 2024, Valdemar foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Ele foi alvo de buscas e os policiais federais encontraram a arma em situação irregular.
A operação fez parte da investigação sobre o plano de golpe atribuído ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Valdemar entrou na mira da Polícia Federal porque, segundo os investigadores, usou dinheiro do Partido Liberal para reforçar a falsa narrativa de fraude nas urnas e, com isso, tentar legitimar as manifestações de bolsonaristas que começavam a se espalhar próximo a instalações das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições de 2022. Segundo a PF, o partido foi “instrumentalizado”.
O presidente do PL foi indiciado no relatório final da Polícia Federal, mas acabou poupado na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Com isso, foi autorizado a falar novamente com Bolsonaro. Os dois estavam há um ano proibidos de manter contato para não obstruir a investigação sobre o plano de golpe.
Na primeira aparição com o ex-presidente, Valdemar participou do protesto realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, e afirmou ter “fé” que o ex-presidente Jair Bolsonaro será candidato ao Palácio do Planalto nas eleições de 2026.
“Tenho fé. Tenho fé, sim, que Bolsonaro será candidato a presidente da República. Com esse governo, o combustível ficou caro. Então, volta, Bolsonaro. A carne ficou cara. Então, volta, Bolsonaro. A energia ficou cara. Então, volta, Bolsonaro”, afirmou Valdemar ao lado do ex-presidente.
Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível por oito anos, ou seja, até 2030. Na ocasião, a Corte entendeu que o ex-presidente cometeu abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, ao reunir embaixadores, em julho de 2022, para atacar, sem provas, o sistema eleitoral.
O STF já condenou 476 pessoas pelos atos de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e vandalizadas.