
Inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira não ter plano B de sucessor na corrida presidencial de 2026 e definiu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como um bom político, não excepcional, “assim como tem outros pelo Brasil”.
— Eu tenho plano B, Bolsonaro, tá? Eu vou até o último momento buscar pela minha possibilidade de disputar a eleição — disse o ex-presidente ao jornal “Folha de S. Paulo”.
— Tarcísio é uma excelente pessoa, fenomenal gestor e um muito bom, bom, não vou falar excepcional, um bom político, assim como tem outros nomes pelo Brasil. O Zema tem uma pessoa que fez uma boa gestão lá, o Caiado, o Jorginho Mello, outras pessoas que não estão no cargo executivo, mas despontam. Bons parlamentares por aí. Agora, dentro do PL, devidamente autorizado pelo Valdemar Costa Neto, o candidato sou eu. Até porque uma injustiça é negar a democracia, eu não poder disputar eleições, dado essas duas acusações — completou.
O ex-presidente também afirmou não se ver “impedido de forma legal de disputar a eleição”:
— As duas inelegibilidades, uma por se reunir com embaixadores, abuso de poder político, não tem cabimento. É competência minha reunir com embaixadores e não de ninguém do TSE. A segunda, abuso de poder econômico. Quando acabou o 7 de Setembro, eu deixei minha faixa na cadeira e fui para o carro do Silas Malafaia e falei para talvez um milhão de pessoas. Qual a estrutura do 7 de Setembro que eu usei para isso aí? Nenhuma estrutura. Nenhuma.
Réu pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa, o ex-presidente pode ficar inelegível até 2061 caso seja processado e condenado com pena máxima, em 2025, pelos supostos delitos. O nome do PL teria 106 anos quando pudesse ser postulante ao cargo político novamente.
Os crimes atribuídos pela PF ao ex-presidente no inquérito que aponta uma tentativa de golpe no país podem chegar a 28 anos de prisão como pena máxima. Após cumprida a pena de quase três décadas, Bolsonaro teria ainda mais oito anos de inelegibilidade por conta da aplicação de punição prevista na Lei da Ficha Limpa.
Essa soma, que não leva em consideração eventuais pedidos de acréscimo de pena, eleva o prazo de inelegibilidade do ex-presidente até 2061. Bolsonaro já está impedido de disputar um cargo público até 2030, após ter sido condenado à inelegibilidade pelo TSE em 2023.
‘Não é justo tirar Bolsonaro do jogo’
No início da semana, Tarcísio afirmou Bolsonaro como candidato à presidência da República em 2026.
— Acho que interpretam errado a proximidade ou o apoio. Vamos estar junto do presidente Bolsonaro nesse momento independente de qualquer interesse. Não é justo tirar o Bolsonaro do jogo. É o cara que me abriu a porta. Meu candidato à presidência da República é Jair Bolsonaro e eu vou ser candidato à reeleição em São Paulo — disse Tarcísio durante participação no podcast Inteligência Ltda. As informações são do portal O Globo.