
No evento “Brasil dando a volta por cima” realizado nessa quinta-feira (3), para expor dados dos feitos da gestão Lula 3, o Palácio do Planalto também distribuiu uma cartilha para “catequizar” os próprios aliados para propagarem mensagens positivas do governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pretende concorrer à reeleição em 2026, tem testado estratégias para frear a queda na popularidade.
Interlocutores do petista reclamam da “timidez” dos governistas que não defendem a atual gestão nas suas bases eleitorais. A cartilha que pinça dados positivos virou, então, uma “bíblia” para orientar o discurso.
O documento, que traz o novo slogan “Brasil dando a volta por cima”, cita o aumento do salário mínimo, a queda do desemprego, o crescimento da indústria, a abertura de mercados para exportação de produtos brasileiros e a redução da fome. Também destaca o Pé-de-Meia, voltado para estudantes do Ensino Médio, e obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida.
Pesquisa
A perda de popularidade do governo Lula, iniciada com a crise do Pix, acentuou-se, segundo indica pesquisa Genial/Quaest, atingindo também segmentos tradicionalmente mais simpáticos ao petista, como as mulheres e os moradores do Nordeste.
Os dados divulgados na quarta-feira (2) apontam que a proporção de entrevistados com avaliação negativa do governo aumentou, saindo de 37% em janeiro, mês do levantamento anterior, para 41%, enquanto as opiniões positivas tiveram queda de 31% para 27%. São 29% os que veem a administração como regular, ante 28%. Não sabem ou não quiseram responder 3%.
Os números são os piores para Lula da série histórica iniciada em abril de 2023. A gestão petista já chegou a ter 42% de menções positivas e 24% de negativas, em agosto do mesmo ano.
A Quaest realizou 2.004 entrevistas com brasileiros de 16 anos ou mais em 120 municípios do País de quinta (27) a segunda-feira (31). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre as mulheres, pela primeira vez a avaliação negativa do governo (39%) superou a positiva (28%) fora da margem de erro — na pesquisa de janeiro, os índices eram de 36% e 33%, respectivamente, um empate técnico.
O aumento na rejeição também é visto quando a empresa de consultoria e pesquisa questiona sobre a aprovação do governo: 56% dizem desaprovar, ante 49% em janeiro, e 41% afirmam aprovar, contra 47% há dois meses. Outros 3% não sabem ou não quiseram responder.
Foram registradas oscilações e quedas na aprovação em todas as regiões, incluindo o Nordeste, onde o PT venceu com folga todas as últimas eleições presidenciais.
O mesmo ocorreu em todas as faixas etárias, em especial entre os entrevistados de 16 a 34 anos, com 64% deste grupo afirmando desaprovar o atual governo, e 33% dizendo aprovar. (Com informações dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo)