RS tem 800 casos suspeitos de leptospirose após cheias; quatro mortes já foram confirmadas

Segundo a Secretaria de Saúde, 54 casos da doença foram confirmados no estado desde o início das cheias, no fim de abril; outras quatro mortes estão em investigação. Cheias já deixaram 163 vítimas no RS. RS tem 4 mortes confirmadas por leptospirose
Os temporais e cheias que deixaram 163 mortos no Rio Grande do Sul agora colocam o estado sob alerta em razão da leptospirose. Até este sábado (25), a Secretaria Estadual da Saúdes (SES) havia registrado 800 casos suspeitos da doença desde o início do desastre.
📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
Também segundo a Secretaria de Saúde, são 54 casos já confirmados, com quatro mortes identificadas (veja abaixo). A doença é transmitida pela água suja, contaminada pela urina de ratos – o que é potencializado pelas inundações que ocorrem no estado desde o fim de abril.
Mortes por leptospirose confirmadas:
Eldo Gross, de 67 anos, de Travesseiro
Homem, de 33 anos, de Venâncio Aires
Homem, de 50 anos, de Porto Alegre
Homem, de 56 anos, de Cachoeirinha
Ainda há outros quatro óbitos sendo investigados no estado, em Encantado, Sapucaia do Sul, Viamão e Tramandaí.
Os exames que confirmam ou não os casos de leptospirose são feitos pelo Laboratório Central (Lacen) do RS. Os especialistas dispõem de dois diagnósticos: o de biologia molecular (RT-PCR), para casos suspeitos nos primeiros sete dias de sintomas, e o diagnóstico sorológico, que detecta o anticorpo produzido pelo organismo do paciente após sete dias de sintomas.
“A realização dos exames está disponível para todos os casos considerados suspeitos e que tiveram exposição à enchente, e de forma gratuita”, afirma a chefe do Lacen, Loeci Natalina Timm.
Águas contaminadas devem causar doenças com risco de morte
O que é a leptospirose, um temor no RS após as enchentes
Leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela Leptospira interrogans. Ela é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente roedores.
Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar. A bactéria presente na água penetra o corpo humano pela pele ou mucosa. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose aos humanos.
Embora na maioria das vezes a leptospirose seja assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar até mesmo a falência de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade média de 9%.
Aprenda o que é leptospirose e como a doença é transmitida
Como é o tratamento
O tratamento com o uso de antibióticos deve ser iniciado no momento da suspeita por parte de um profissional de saúde. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata, para evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada.
Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.
O colapso na saúde do Rio Grande do Sul
Como o desinfeccionar o ambiente
Nos locais que tenham sido invadidos por água de chuva, recomenda-se fazer a desinfecção do ambiente com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água.
Outras medidas de prevenção são manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados, manter a cozinha limpa sem restos de alimentos, retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer, manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais ajudam a evitar a presença de roedores. A luz solar também ajuda a matar a bactéria.
VÍDEOS: Tudo sobre o RS
Adicionar aos favoritos o Link permanente.