Hamas e Israel trocam acusações por atraso em cessar-fogo

O Hamas afirmou nesta quarta-feira (25) que Israel estabeleceu novas condições para um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza, o que atrasou a conclusão das negociações. No entanto, o grupo destacou que está mostrando flexibilidade e que as negociações, mediadas pelo Catar e Egito, estão indo em uma direção séria.

“A ocupação [Israel] estabeleceu novas condições relacionadas à retirada, cessar-fogo, prisioneiros e o retorno dos deslocados, o que atrasou o acordo que estava disponível”, alegou o Hamas.

Uma equipe de negociação israelense que estava no Catar retornou a Israel na terça-feira (24) à noite para “consultas internas” sobre o acordo após uma semana significativa de conversas sobre Gaza, afirmou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Os mediadores dos EUA e árabes, Catar e Egito, intensificaram os esforços para concluir um acordo nas últimas duas semanas.

Enquanto isso, as forças israelenses mantiveram a pressão militar sobre o enclave palestino. Médicos disseram que ataques militares israelenses mataram pelo menos 24 pessoas na Faixa de Gaza na quarta-feira. Um dos ataques teve como alvo uma escola que abrigava famílias deslocadas no subúrbio de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza, eles acrescentaram.

O exército israelense disse que atingiu um militante do Hamas que operava na área de Al-Furqan, na Cidade de Gaza. Vários palestinos foram mortos e feridos na área de Al-Mawasi, uma zona humanitária designada por Israel em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, onde o exército disse que o ataque teve como alvo outro agente do Hamas que operava lá.

O ministério da saúde em Gaza, administrada pelo Hamas, disse que as forças israelenses continuaram a sitiar os únicos três hospitais, quase inoperantes, na extremidade norte do enclave, cercando Beit Lahiya, Beit Hanoun e Jabalia.

O exército israelense forçou autoridades do hospital indonésio a evacuar pacientes e funcionários na terça-feira e continuou a operar nas proximidades do Hospital Kamal Adwan. Eles também ordenaram que o hospital fosse evacuado, mas autoridades se recusaram, citando riscos para dezenas de pacientes.

Tropas israelenses estavam operando nas proximidades do hospital nos últimos dois dias e um oficial de segurança israelense disse que a área era um reduto do Hamas.

“Kamal Adwan está no centro da luta mais complexa em Jabalia”, disse ele. “Estamos sendo muito cuidadosos.”

Mais de 45.361 palestinos foram mortos e 107.803 ficaram feridos na guerra de Israel contra a Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, informou o Ministério da Saúde de Gaza em comunicado à imprensa nesta quarta-feira. Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo mantém dezenas de reféns. O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza. Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.

A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças. A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados. As informações são do portal de notícias CNN Brasil.

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