Modos de fazer cuca podem se tornar patrimônio cultural imaterial do RS

Os modos de fazer cuca artesanal, tradicional produto da gastronomia gaúcha, podem se tornar patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. O Iphae* (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado), produziu um parecer técnico visando realizar esse registro.

Dessa forma, conforme notificação publicada no DOE (Diário Oficial do Estado) desta quinta-feira (26), a Sedac encaminhou o documento para análise da CTPCI (Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial) do Iphae. 

Pessoas com interesse no registro desse bem cultural que quiserem fazer uma interposição ao parecer devem encaminhá-la ao Iphae em até 30 dias. A interposição ocorre via Correios ou protocolo da Sedac.

O parecer está disponível aqui e na página do Instituto. Por fim, os modos de fazer cuca artesanal, se oficialmente transformados em patrimônio cultural e imaterial do Estado, serão inscritos no Livro de Registro dos Saberes.

Assinaram a solicitação de registro, a documentação sobre o bem cultural e a declaração de anuência a Ascur (Associação de Cuqueiros e Cuqueiras de Rolante). Ela representa os detentores do bem cultural. Além disso, a Prefeitura de Rolante, por meio do Departamento de Cultura, e a Associação dos Amigos do Museu Histórico do município produziram a documentação.

Saiba mais

Os modos de fazer cuca artesanal referem-se a processos que abrangem a aquisição dos ingredientes, a sua mistura para preparar a massa e os recheios e o ato de assá-los. Isso com vistas ao consumo em família ou à comercialização em feiras, festas comunitárias, celebrações e demais espaços de troca.

Assim, em cada uma dessas etapas, encontram-se referências que indicam a particularidade do modo de fazer na construção identitária das comunidades gaúchas. As cuqueiras são as principais guardiãs desse saber, uma referência cultural que vem sendo passada por meio das cozinhas, do aprender fazendo e do seu caráter inventivo.

As receitas, transmitidas de geração em geração, provêm de saberes trazidos por imigrantes durante a colonização do Rio Grande do Sul, ao longo do século XIX. Entretanto, a cuca teve sua receita original modificada ao longo dos anos, adaptando-se às culturas agrícolas que já cultivadas no Estado por populações originárias e colonos portugueses.

Trazidas por famílias imigrantes, as receitas passaram por diversas transformações. Isso de acordo com as realidades locais, a disponibilidade de ingredientes e as interações entre diferentes povos.

*Instituição da Sedac (Secretaria de Estado da Cultura)

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