Volante do Grêmio Felipe Carballo conta como foi resgatado de casa em Eldorado do Sul

Em Montevidéu, no Uruguai, o volante do Grêmio Felipe Carballo contou a uma rádio local sobre a situação vivida pela população do Rio Grande do Sul com a tragédia climática provocada pelas fortes enchentes e contou como foi resgatado de sua casa, em Eldorado do Sul.

O uruguaio mora em um condomínio na cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, e teve que sair de bote ao lado do companheiro de equipe, o atacante argentino Cristian Pavón.

“A situação parece distante. Você vê que tem um pouco de água, mas de repente tudo começou a crescer. Tomei a decisão de ir andando até meu companheiro Pavón. Não tinha muita comida, nem água. Acho que foram duas noites assim, e no último dia, já que não tínhamos com que nos comunicar. Decidi ir até minha casa buscar comida, usei uma espécie de prancha. Quando fui voltar até a casa dele, ele me pegou de bote”, relatou Carballo.

O volante gremista ainda revelou que, quando saiu de Eldorado, foi abrigado por um companheiro na Capital gaúcha, mas deixou a cidade por conta dos avisos de racionamento de água e comida. Depois, encarou uma viagem de sete horas de carro até Florianópolis (SC). De lá, pegou um voo para Córdoba, na Argentina, e depois foi em direção a Buenos Aires, antes de chegar à capital uruguaia.

“A verdade é que ajudei o máximo que pude, do jeito que pude. Mas também tive bastante medo de ficar sozinho e, bem, tomei a decisão com vários companheiros de vir”, explicou o jogador.

O uruguaio, que ainda não estreou nesta temporada por problemas físicos, também revelou que pessoas próximas a ele e funcionários do Grêmio perderam tudo na enchente.

“Ainda não vemos o todo. As coisas acontecem, a chuva volta e ainda não vimos o todo. Tem muita gente do clube que perdeu tudo, muita gente que eu conheço que perdeu tudo”, contou.

O Rio Grande do Sul sofre com as fortes cheias dos rios nas últimas semanas. Até o momento, o último balanço da Defesa Civil do Estado aponta que 147 pessoas já morreram e 127 seguem desaparecidas. Ao todo, 447 munícipios gaúchos foram afetados. Em Porto Alegre, o nível do Guaíba voltou a subir, chegando a 4,94 metros.

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