Superbactéria pode matar cerva de 40 milhões de pessoas em menos de trinta anos

Um estudo global publicado na renomada revista científica The Lancet pintou um cenário alarmante para o futuro da saúde mundial: as superbactérias, microrganismos resistentes a múltiplos antibióticos, podem causar a morte de mais de 39 milhões de pessoas até 2050. A pesquisa, realizada pelo Projeto Global de Pesquisa sobre Resistência Antimicrobiana (GRAM), destaca o risco crescente, especialmente entre a população idosa.

A resistência antimicrobiana (RAM) surge quando bactérias desenvolvem mecanismos para resistir aos antibióticos, tornando as infecções mais difíceis de tratar. O uso inadequado ou excessivo de antibióticos em humanos e animais acelera esse processo, criando um ciclo vicioso que torna as bactérias cada vez mais resistentes aos medicamentos.

Embora a pesquisa tenha mostrado uma redução nas mortes por RAM em crianças pequenas, graças a avanços em vacinação e higiene, a situação é bem diferente entre os idosos. A população mais velha, que geralmente possui sistemas imunológicos mais fracos e necessita de mais cuidados médicos, está mais vulnerável a infecções por superbactérias.

De acordo com as projeções do estudo, a RAM poderá causar cerca de 1,91 milhão de mortes por ano até 2050, um aumento significativo em relação aos números atuais. As regiões do sul da Ásia e da África Subsaariana são as mais vulneráveis a essa ameaça, mas o problema é global e exige ações urgentes.

Os pesquisadores defendem que investimentos em medidas preventivas e no desenvolvimento de novos antibióticos são cruciais para evitar milhões de mortes. Vacinas, por exemplo, são ferramentas poderosas para prevenir infecções, mas sua eficácia tende a diminuir com a idade.

“Aproximadamente três quartos das infecções relacionadas à RAM estão ligadas, por exemplo, a infecções hospitalares – e uma população em envelhecimento rápido também necessita de mais cuidados hospitalares”, afirma o professor Dr. Tomislav Meštrovic, um dos autores do estudo.

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