Lula cita falta de interesse na carreira de professor e fala em criar programa para estimular jovens

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (16) que há uma falta de interesse de jovens na profissão de professor e falou em criar um programa para incentivar estudantes a seguirem a carreira. Lula deu a declaração durante cerimônia no Palácio do Planalto alusiva ao Dia Mundial da Alimentação. Nesta terça-feira (15), foi celebrado o Dia do Professor no País.

“Essa profissão que já foi nobre está sendo destruída porque nós descobrimos que ninguém mais quer ser professor. Nós vamos ter que criar um programa de incentivo para alunos que prestaram o Enem fazerem um curso para se transformarem em professores. Porque ganha muito pouco, tem muito trabalho e as pessoas não querem”, afirmou o petista.

Pesquisa da ONG Conectando Saberes, divulgada em 2023, aponta que os baixos salários e a falta de perspectiva de carreira são os principais motivos que levam os professores a desistir da profissão. Transtornos psicológicos causados pela rotina difícil — e que aumentaram durante a pandemia — também são outros pontos citados.

No pronunciamento desta quarta-feira, o presidente não deu detalhes de como será esse programa de estímulo à formação de professores a partir do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Segundo o petista, o assunto entrará na pauta de discussão do governo no fim deste mês depois da participação de Lula na cúpula dos Brics na Rússia. “Lembro que quando aprovamos o piso salarial dos professores, muitos governadores não quiseram pagar porque diziam que não tinham dinheiro. Olha que é um salário merreca para alguém que toma conta de 40 crianças dentro de uma sala de aula, ou de 50”, declarou.

Investimentos em educação não são “gastos’” diz Lula

Durante o discurso, Lula voltou a reclamar de quem critica o aumento de despesas públicas nas áreas de saúde e educação. Para o petista, políticas nesses segmentos são “investimentos” e não “gastos”.

Segundo o presidente, um governante precisa elencar prioridades ao gerir um país como o Brasil, que tem 213 milhões de habitantes, dos quais 81 milhões ganham no máximo três salários mínimos.

“Não existe outra alternativa para alguém que queira governar um país do tamanho do Brasil se não a gente ter preferência na hora de utilizar o dinheiro”, disse. Para o presidente, as críticas ao aumento de recursos para saúde e educação são um “problema” com repercussão na impressão e no mercado.

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