Tragédia no RS: governo Lula envia 100 integrantes da Força Nacional


Tropa federal ajudará nas operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes no estado. Barragem 14 de Julho rompeu parcialmente no Rio Grande do Sul após enchentes
RBS TV/Reprodução
O governo Lula (PT) enviou 100 integrantes da Força Nacional para o Rio Grande do Sul na tarde desta sexta-feira (3). A tropa federal ajudará nas operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes no estado.
Dos 100 enviados para a região, 60 deles são bombeiros para auxiliar na resposta ao desastre causado pelos temporais no estado. Também serão deslocados para o estado 25 caminhonetes, dois ônibus, um caminhão e três botes de resgate.
São 36 policiais federais que estão envolvidos diretamente nos trabalhos. Três embarcações da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio Grande do Sul atuam na região.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) mobilizou 75 agentes para as operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes, além de sete especialistas em resgate. Três aeronaves da PRF estão mobilizadas, sendo que uma já se encontra em Porto Alegre, e 20 viaturas atuam no suporte.
Até o começo da tarde desta sexta-feira, 37 pessoas morreram, rios de todo o estado foram afetados e novas chuvas podem provocar cheia recorde no Guaíba, em Porto Alefre, segundo informações da Defesa Civil.
Segundo o estado, também há 74 desaparecidos. A Defesa Civil contabiliza cerca de 31,5 mil pessoas fora de casa, sendo 7.949 pessoas em abrigos e 23.598 desalojados (na casa de familiares ou amigos).
Ao todo, 235 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 351.639 mil pessoas. Ao todo, 235 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 351.639 mil pessoas.
Na noite de quarta (1º), o governo do estado decretou estado de calamidade pública pelos “eventos climáticos de chuvas intensas”, medida válida por 180 dias, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
O governo federal também vai liberar um fundo, liberado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, para ajudar na recuperação do estado. A previsão é que o valor, que varia conforme cada estado tenha em caixa, seja liberado já na próxima semana.
‘Serão dias difíceis’
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MBD), divulgaram em uma live nas redes sociais durante a manhã desta sexta-feira (3) que a perspectiva do poder público é de que o cenário de tragédia ambiental se agrave no estado.
“Serão dias difíceis. Pedimos que as pessoas saiam de casa. O nosso objetivo é salvar vidas. Coisas serão perdidas, mas devemos preservar vidas. Nossa prioridade é resgatar as pessoas. Em relação ao restante, nós daremos um jeito posteriormente”, afirmou Leite.
Causas dos temporais
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.
A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.
A previsão é de que a condição se mantenha até o sábado (4) com acumulados que podem chegar até 400 milímetros. O volume deve se somar aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias.

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